OS BENFEITORES DA HUMANIDADE

O moedor de carne da humanidade é implacável.
Não há trégua nos ignotos campos de batalhas
No horror silencioso dos guetos e campos de concentração
Onde refugiados se amontoam
Sem pátria e sem futuro. 
A vida é descartável.
Massacres, extermínios em massa, 
Holocaustos, genocídios
Ou matanças à miúde
Especialidade atroz inerente a humanidade.
Que de humana nada tem.
Os animais é que são civilizados.
Matam apenas por necessidade, instinto,
Para saciar a fome.
Para proteger a espécie.
Ao contrário do ser humano, que mata por maldade,
Ambição, prazer.

E paradoxalmente, construindo impérios,
Por linhas tortas escrevendo a História. 
Transferindo costumes, moldando as culturas 
Fazendo o trabalho sujo 
Para que as futuras gerações usufruam.
Com o intercambiamento, a miscigenação,
O delinear de novos povos e países.

Na lógica insana que rege as coisas, 
Os tiranos e facínoras são os verdadeiros. 
Benfeitores da humanidade.
O sofrimento e a imolação de inocentes não é em vão.
É a tese dos degenerados.
De um mundo degenerado.









  

DEZ INDÍCIOS DE QUE ELA NÃO TEM AMA MAIS 

1. Indiferença, distanciamento repentino.
2. Falta de diálogo, um súbito desinteresse em buscar um entendimento.
3. Descaso pelo seu trabalho, seus hobies a chateiam.
4. Passa horas no smarthfone, no qual pôs senha de acesso.
5. Foge do sexo, e quando acontece, mostra-se insatisfeita, dado a entender ou falando diretamente que não gozou.
6. Passa o dia inteiro sem dar notícias e quando você manda mensagem no zap, o aparelho dela está sem sinal. 
8. Não se importa mais quando você chega tarde.
8. Pequenas atenções e gentilezas rareiam.
9. Só vai deitar tarde, quase sempre quando você já está dormindo.
10. Só levanta da cama de manhã depois que você já saiu para trabalhar.

           CHOVEU NO SERTÃO !

A chuva no sertão
é tudo de bom
Molhando a roça
Sangrando o açude
Pintando de verde a paisagem
Que visão maravilhosa !
O sorriso do povo sofrido
Não há dinheiro que pague.

          
                      ESTUPIDEZ

Medite. Reflita. Repense.

Ninguém é perfeito.

Mas nem por isso abuse do direito de errar.

De fazer besteira de bobeira.

Não custa fazer um pouco de esforço mental.

No sentido de racionalizar as coisas.

Não seja teimoso, intransigente.

Não banque a palmatória do mundo.

Não queira ser o que não é.

Não faça aos outros o que não gostaria

Que fizessem à você.
Não seja estúpido, idiota.

Difícil ?

Não consegue ?

Então, dane-se...

               CABEÇA DE MULHER



Nem toda sapiência
Nem toda clarividência
Nem toda malemolência
Nem toda jurisprudência
Nem toda influência
Nem toda ascendência
Nem toda jactância
Nem toda instância
Nem toda tolerância
Nem toda benemerência
Nem toda ciência
Nem toda carência
Nem toda abrangência
Nem toda observância
Nem toda paciência
Nem toda vivência
Nem toda inoperância
Nem toda insolvência
Nem toda penitência
Nem toda abstinência
Nem toda sofrência
Nem toda impaciência
Nem toda efervescência
Nem toda alternância
Nem toda clemência
Nem toda contundência
Nem toda concordância
Nem toda concorrência
Nem toda eficiência
Nem toda auto-suficiência
Nem toda concupiscência
Nem a vigilância
Nem a truculência
Nem a concordância
Nem a insistência
...são capazes de fazer a cabeça de uma mulher.
De uma que eu conheço,

em particular. 
  

                             PRINCÍPIOS

Princípios. É bom tê-los. É preciso tê-los. A pátria assim o espera. A família assim o exige. Para que você honre com seus compromissos. Cumpra com suas responsabilidades. Quem são muitas, você sabe. Que pague os impostos. Que pague as contas. Precisa manter isso, viu ? - como diria o Temer.

Princípios, que bacana. São a alavanca do mundo. São a base de tudo. Da ética, da moralidade, dos bons costumes. São os que nos tornam civilizados. Sem eles, seria a barbárie. O mundo seriam um caos. Já pensou como seria se cada um só pensasse em si ? Só no próprio umbigo ?
Princípios. Diz-se deles que nos definem. Que nos dignificam e nos diferenciam uns dos outros. Tê-los, enobrece. Aplacam a consciência. Permitem que se durma em paz, com a reconfortante sensação de dever cumprido.

Ah, os princípios... O que ninguém leva em conta e valoriza é o quão pesam. O quão oprimem, sufocam, tolhem, limitam. Posto que equivalem a uma camisa de força, mordaça, aguilhão, quando não um chicote empunhado por aqueles que se beneficiam, que usufruem, usam e abusam de seu trabalho e senso de responsabilidade.

E aí de ti se para variar, pensar um pouco em si, em se proporcionar um regalo, ou até mesmo alguma extravagância, como é teu direito. Não faltará quem te chame de avaro, parvo, mesquinho, perdulário, irresponsável. Passível, em casos mais extremos, até de ser interditado, despojado do que angariou na vida com esforço e suor. 
A vida é cruel, irmão ! E a pancada mais forte costuma vir de onde menos se espera.  Dos mais próximos. Dos que deveriam ser gratos, reconhecidos, parceiros, solidários, como manda o figurino. 

Só que não. Raramente é assim. Porque o ser humano é assim. Pródigos em exigências e cobranças, mas relapsos, omissos na devida contrapartida. Infelizmente, quase uma regra geral que às vezes tarda mas não falha.

Fiel a meus princípios, que bem ou mal me nortearam até aqui, sempre me pautei por fazer o bem, o certo, o justo. Se nem sempre acertei, não foi por má fé ou má vontade. Assumo - e nem poderia ser diferente - que cometi erros, equívocos pelos quais pagarei pela vida inteira. Já me conformei com isso. Estou ciente de que sou o único responsável por tudo que me aconteceu, e o que continua acontecendo, enquanto a fila estiver andando. 

Que o destino eventualmente tenha interferido, é possível. É muito provável. Mas nada que me leve a justificar ou culpar a vida pelas atribulações e desditas que pavimentaram minha estrada. E cujo epílogo, que ora se desenha, não permitirei que seja triste, melancólico. Quero a sensação boa do dever cumprido, a leveza de saber ter feito o possível para levar uma vida digna. Consciente de ter me doado, abdicado de muitas coisas em prol dos entes queridos.

Em visto do quê, ter o direito de viver sem o ferrolho do julgamento e da aprovação alheia; sem a preocupação excessiva em agradar, de transigir, fazer concessões, com os que não retribuem na mesma moeda. 

Chega ! Quero viver leve, tranquilo, sem preocupações exageradas, divinamente egoísta. Zen. Livre dos fardos que malogradamente, optei por carregar a vida inteira. Sem receber nada em troca, a não ser fingida afeição e lacônico assentimento. 

Sem falar nas bolas nas costas...

1.                                  

                                  

                     nascituro

Não te percas por ermas estradas
Não compliques o que já é complicado

Para tudo há pré-requisitos e condições

Para toda labuta há compensações 
Para toda faina, descanso
Para toda dor e sofrimento, colo e amparo

Teu esforço não terá sido em vão

Mesmo que seja para fazer jus 

Àquilo que ainda não nasceu.