quarta-feira, 30 de agosto de 2023



               

                                  o ápice





A solidão me espreita com olhos camaradas.

Já não me detenho em lembrar.

Por inúmeros motivos, parei de me culpar.

Pelo que não deu certo.

Apaguei de uma vez por todas toda 

e qualquer tristeza.

Esqueci que o tempo passa

para viver o ápice.

Sem mais precisar de mentiras e disfarces.

Estabeleci minha própria temporada de caça.

Sem desistir do que sou.

Dessa ternura metida a besta.

A vida benevolente provê a mesa farta.

É tudo o que me basta.








segunda-feira, 28 de agosto de 2023



                   redenção     

             


Não faço mais planos.

Me contento em espantar o tédio.

Para tudo o mais não há remédio.

O imprevisível continua cumprindo sua função.

Não respeita tratos.

Torna tudo em vão.

Sou feliz como um Endimião,

que encontrou sua redenção. 



domingo, 27 de agosto de 2023




         Cinco frases marcantes na minha vida :





"Vai estudar meu filho, que você ganha mais."

(Um de meus treinadores, nos tempos de junior do Coritiba FC)


"Preferia que você tivesse morrido".

( Minha primeira ex-mulher, logo após nossa separação )


"Horrível. Mas tenho que me conformar, né?"

Meu pai, num lampejo de lucidez, quando lhe perguntei 

o que estava achando da clínica em que o internamos, 

com Alzheimer avançado.


"Vai ser feliz no pouco tempo que te resta".

Minha ex-segunda mulher, 30 anos mais nova mas ironicamente 

já falecida, logo após a nossa separação.


"Você é o culpado do câncer que matou minha mãe".

Meu filho mais novo, recentemente.







sábado, 26 de agosto de 2023



                             bendito





Bendito o lar em que uma mulher é fiel a seu homem, 

e vice-versa.


Bendito o filho que honra o nome de seus pais.


Bendito aquele que preserva a capacidade de amar e a fé

num deus indecifrável.


Bendito aquele que faz o bem desinteressadamente.


Bendito aquele que se compadece, que não foi traído 

nem foi traidor.


Bendito aquele que consegue seu sustento com esforço

e honestidade.


Bendito aquele que é grato.


Bendito aquele que apazigua, ao invés de instigar.


Bendito aquele que assume seus erros, a fim de que possa

redimir-se. 


Benditos aqueles que choram, porque não perderam a humanidade.


Bendito os inquietos de espírito, que não condescendem com as

injustiças.


Bendito os que resistem ao mal, porque são o sal da terra.


Benditos os dias calmos e a veneranda velhice.


Benditas as mais simples das profissões, as que mais enobrecem.


Benditos os dias consagrados ao inútil, das vigílias sem futuro,

em que o olvido entretece o destino irrevogável.


Bendito o esquecimento de datas e nomes, com suas angústias

e fados.


Bendito o cansaço das jornadas e labutas intemporais.


Bendito o alívio da dor, e tudo aquilo que torna a vida suportável. 



 

sexta-feira, 25 de agosto de 2023



                               meu filho adolescente




 

já levanta de mau humor

dá bom dia sem me olhar na cara

o último abraço nem lembro quando foi

entra e sai como se estivesse num hotel

chega da rua e vai direito para o banheiro

o banho nunca menos de meia hora

anda pela casa só de cueca  

deixa as coisas todas espalhadas

não apaga a luz quando sai

passa a maior parte do tempo no quarto

pouco ou quase nada fala

quando indagado, responde de má vontade

com meias palavras

faz cara de enfado para meus conselhos

reage mal às cobranças

só é agradável quando precisa de alguma coisa

só ouço seu sorriso quando está de bate-papo com amigos

ou a namorada no celular

só manda mensagem da rua quando precisa de um pix

não se interessa pelo que faço, de como me sinto, 

muito menos pelo que eu penso

este é meu filho adolescente

um bom menino

que me coube criar 

depois que a mãe faleceu precocemente 

oxalá não me falte saúde e paciência 

porque sabedoria, já saquei, nunca é suficiente.





 


















"Você é o filho da puta mais maravilhoso que existe".

(Quando a pessoa não é de dar o braço à torcer).


              a verdadeira beleza não está no que se vê,

              mas no que se sente.


A vida sem ela é só uma vida sem ela.

É só uma vida sem ela.

É só uma vida.

Sem ela.

Ela.





quarta-feira, 23 de agosto de 2023



                                     minha cruz 





Não há nada de especial nesses dias

desabitados, sem futuro. 

No entanto, algo ainda reluz à luz crua do universo.

Nos elementos etéreos que colecionam

prelúdios infinitos.

A paz de quem se perdeu em solidões durante a vida.

Seria bom não ter memória, não tivesse o melhor ficado

para trás.

A condenar-me ao desejo vivo mas proscrito. 

Minh`alma inquieta me desterra.

De tua morte, sou inocente.

Teu destino vivido e falecido é testemunha 

da fraqueza que me fez forte.

Minha cruz é envelhecer.







                              


                          viver sem viver





Há quem viva pela metade, sem explorar seus potenciais

e possibilidades.

Há quem viva a vida dos outros, em detrimento da sua.

Há quem viva do passado, coitado.

Há quem viva acomodado, dando desculpas, empurrando

com a barriga.

Há quem viva insatisfeito, reclamando de tudo e de todos.

Há quem viva obcecado por trabalho, pessoas, paixões.

Há quem viva de subterfúgios, mentiras, ilusões,

fugindo da realidade.

Há quem viva na solidão, acompanhado ou não.

Há quem viva vegetando.

Há quem viva chapado, drogado, subordinado 

a um vício qualquer.

Há quem viva só para fazer o mal, prejudicar 

e sacanear os outros.

Há quem viva como verme, parasita, sanguessuga.  

Há quem viva sem viver.

Infelizmente, a grande maioria.

Onde você se enquadra ?      


 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023


                                          juízo final




Vão tentar te fazer acreditar que você não presta.

Vão tentar te denegrir, te desmerecer.

Vão tentar te derrubar, só pelo prazer de te ver na pior.

Vão fazer de tudo para te prejudicar.

Intrigas, maledicências, até para alienação parental

vão apelar. 

Vão mentir tão convincentemente que até você vai acreditar

que mentem sinceramente.

E tudo, para quê ? Para tirar proveito, auto-justificar 

a verdadeira canalhice, o mau-caratismo, 

a traição ignóbil, o juízo final do desamor.

Não há como defender-se desse amor indefensável.

Feito de promessas sem futuro, aviltado por pecados sem culpa,

malsinada síntese de afetos natimortos.

Foi-se o amor, ficou a mágoa, a revolta, a raiva,  

a farsa engendrada para escamotear a profanação

de uma história que não merecia 

final tão sórdido. 

Na qual você figura como vilão, 

aos olhos de quem te traiu.






                                

                                              o ápice da história 

                    ( ou o buraco é um pouco mais embaixo )




A grande aldeia global de McLuhan se estreita,

se transporta instantaneamente.

Invade lares, pátrias, ignora fronteiras,

alheia a contrastes e discrepâncias nunca vistos.

O planeta evolui involuindo.

O mundo se interconecta

se evolando

se eximindo

cohabitando sub-mundos, paraísos artificiais.

Morticínios e genocídios banalizados nos breaking news,

enquanto a distinta plateia se deleita com o show business.

Astros do ludopédio monopolizando multidões, faturando

milhões, inevitável não pensar nos bilhões

que sofrem toda sorte de privações, 

mas o mundo

nunca primou por ser justo, muito menos...humano.


A grande aldeia global apenas ampliou a desigualdade.

A violência e a criminalidade ganharam novos contornos,

golpistas se multiplicaram, incautos é que não faltam.

O mundo agoniza sob a pantomina de sempre. 

A Ucrânia é dizimada, a terceira - e apocalíptica - 

terceira guerra mundial se avizinha, mas todos

agem como se nada estivesse acontecendo.

Só se ligam no futebol,

no besteirol que grassa nas redes sociais,

nas putarias on line.

Ninguém tem as mãos limpas, o homem engana 

o homem, conquanto a vida engana a vida.

É tempo de frágeis afetos e compromissos inconclusos,

escandidos em bélica paciência.

O sangue fresco de novas auroras flui além dos enganos.

A secular injustiça não se resolve.

Nada além da tola presunção de vivermos

o ápice da história.

  





 




 





sábado, 19 de agosto de 2023



                    o correlato e o aludido






entre o canto e o bailado

entre o frio e o molhado

entre o livre e o amarrado

entre o liso e o escarpado

entre o aclamado e o coibido

entre o caiado e o carpido

entre o contido e o exibido

entre o inocente e o condenado

entre o roubo e o delegado

entre o rico e o pé rapado

entre o rejeitado e o anuído. 

entre o amigado e o casado

entre o achavascado e o mal-ajambrado. 

entre o manco e o sarado

entre o asseado e o puído

entre o acalorado e o abrochado 

entre o novo e o remendado

entre o vestido e o pelado

entre o coroinha e o prelado

entre Leblon e o Corcovado

entre o cupido e o pecado

entre o amado e o odiado

entre o loquaz e o calado

entre o lindo e o esfarrapado

entre o opaco e o iluminado

entre o folgado e o apertado

entre o inocente e o condenado

entre o libertino e o abnegado

entre o limbo e o sombreado

entre o perdido e o achado

entre o gremista e o colorado

entre o alvoroço e o estagnado

entre o encurralado e o afrescalhado

entre o chanfrado e o bitolado

entre o criado e o crismado

entre o catado e o cavoucado

entre o coitado e o azarado

entre o azedo e o ardido

entre o brado e o alarido

entre o surdo e o mudo

entre o arcano e o bardo

entre o abortado e o cagado

entre o evadido e o ungido

entre o certo e o errado

o correlato e o aludido

estão sempre mudando de lado.



 


 



 













                 a vida de concreto



O concreto empareda o abstrato, congela os sentidos.

Paredes de concreto abraçam carências severinas.

A vida de concreto come a fome.

Deixa-se habitar em cova grande.

Predisposta às litanias infames, em ventres lascivos. 

Algoz de silenciosos martírios.

O gozo das orgias manufaturadas vagam no tempo gelado.

Ríctus de medo se cumprem com vagar, sob arquiteturas 

que se fundem.

Com vagar, Deus e o mundo conjecturam cláusulas 

humilhantes.

O dissolver de brasões suga a memória espandongada

de revolta.

O concreto cala o silêncio, nutre o amor com coreografias 

obscenas.

Os fatos calam-se em minuciosas certezas.

Para continuar, é preciso conhecer o caminho que conduz

às altas torres de inumeráveis fábulas.

Calam-se as certezas, as palavras ferinas e duras.

Luzes obscuras se multiplicam.

Exéquias cobrem a nudez do amor.

Paredes de concreto bebem o fel entre cantos e ascos. 







  

quinta-feira, 17 de agosto de 2023



               meu ser me bole




Meu ser me bole.

Ora se fecha, ora se abre.

Entre dias humanamente cinzentos

e o sereno gosto de viver.


Sou como sou, sem mais nem menos.

Nada me falta, além do que perdi.

O que eu tinha, sem saber.

A ilusão de ser feliz.


Meu ser me bole.

Já não estranha nem renega 

o apego ao remanso, 

o gosto pela solidão macia

à espera de um fim tranquilo.





                           a fadiga da vida



Inocentes

Porque assim nasceram

Em graciosa desdita ou firme sortilégio

Talhados em imperfeitas etimologias

Sob o tribuno das conveniências

A violência harmônica do mundo engendra

pequenos apocalipses

A desrazão e o desespero demarcam a condição humana

O bem viver prescinde de referendos que sangram

O amor há que se armar

O tempo para tanto é escasso

Os corpos reivindicam a primazia das indecências

Vêm bater em longas fagulhas, exalando feéricos furores

Luzes de braseiros acossados por loucas ternuras

batem à porta em noites infelizes.

O frenesi dos sentimentos nunca está sozinho.

Planos destruídos, desejos corrompidos desovam queixumes

moribundos.

À força, as duas pontas do tempo retomam o cortejo

ancestral do recomeço.


"A vida se consome na fadiga sem saída" (O Homem Restolhado/

Gaston Miron)







 







                     o canto do sabiá





                            foto Ivan Berger


um canto canoro 

no espesso arvoredo

salta de galho em galho

executado à base da goela

dispensa palavras e maestro

em afinado solfejo

ecoa em espirais

ilesa solitude

na mais plena

inocência e virtude

nem Bach conseguiu imitar

o canto do sabiá.





                         spirit de porks



O drama está para a tragédia como a farsa para a comédia.


          Ladrão que é ladrão,

          de profissão,

          não escolhe ocasião.


Há quem diga que o amor

é um estado de espírito.

Spirit de porks.


             O desejo obscuro

          gosta do escuro. 


Essas moças quase nuas

podem ser tudo.

Menos tuas...


            

quarta-feira, 16 de agosto de 2023




                  o rosto no espelho





Um homem só em sua casa, 

assombrado pelo delicado tempo que tudo enovela,

encara o rosto de um suicida no espelho.

Saturado de uma vida que não entende.

Perdido em paraísos artificiais.

Faz-se de forte, ignorando a besta consoladora

dos aflitos.

Rastros de passos erradios circundam o caminho

sem volta.

A solidão é o acalanto que mascara as mágoas

possuídas por dádivas descontentes.

O agora é onde o eco inverte a fala, e o rebojo 

das coisas insensatas ignora o extinto.

Nos hemisférios da alma, a desagregação da vontade

constrói se desmanchando.

Continuar, emparedado pelo tempo, adquire ares de façanha.

Mas o mundo devassado e imperfeito assim o exige.

Que o rosto no espelho esqueça quem era.









 

terça-feira, 15 de agosto de 2023




                        o sopro da vida




 


O sopro da vida é leve

                           suave

                                        breve

Dura e perdura impregnado de memória.

Nada se retém.

Nada se salva na matéria finita que depõe 

guerreiros e armas.

Somos o rio de Heráclito.

Somos o pó incalculável que renasce feito Fênix.

Somos as migrações que forjaram os povos e mapas

da saga humana.

Somos os exércitos que escreveram e reescreveram 

a História.

Somos os templários que perpetuaram o nome de Cristo

com suas atrozes Cruzadas.

Somos os povos escravizados que sofrem e calam.

Somos os impérios que se apagaram como um relógio de sol.

Somos aqueles que, misteriosamente, sobreviveram 

à elevação das águas do dilúvio.

Somos aqueles que viram a morte de perto nas pestes

e guerras exterminadoras.

Somos aqueles que decretam a morte dos infiéis, sob as crenças

mais sanguinárias.

Somos aqueles que estiveram na Odisseia de Troia, 

imortalizados em Termópilas.

Somos aqueles que construíram as enigmáticas pirâmides.

Somos aqueles que a história não fala.

Somos aqueles que inspiraram Balzac e Kafka.

Somos aqueles que saudaram Hitler.

Somos aqueles que idolatram ídolos de pés de barro. 

Somos aqueles que trilharam os caminhos da penitência,

como ensina TS Eliot.

Somos aqueles que recordam os dias felizes.

Somos aqueles que caminham lentamente para o cadafalso,

pelos mais diversos crimes. Ou nenhum.

Somos aqueles que brincam com seus filhos, na volta

do trabalho.

Somos aqueles que ignoram os toscos labirintos da razão. 

Somos aqueles que suportam com estoicismo 

as privações e desgraças.

Somos aqueles que colecionam madrigais de ternura e

dilemas pacíficos.

O sopro da vida é eterno.



 

domingo, 13 de agosto de 2023



                      auréolas complacentes





Quando, um dia, eu não passar 

de uma vaga lembrança,

não mais que o verme que fustiga o defunto,

certamente parecerei melhor do que sou.

Serei melhor do que jamais fui.

Antepassado do meu mundo arcano, marcado

por auréolas complacentes, estarei, enfim, 

liberto das formas que a memória 

furta do meticuloso tempo. 

Serei amado como nunca fui.

Ninguém lembrará dos porões infectos, das coisas sórdidas.

Quando, um dia, eu me for, certamente 

serei louvado até pelo que não fiz.

Serei grande como nunca fui.



quinta-feira, 10 de agosto de 2023


                    as coisas nunca são

               como deveriam 





 

Há dias bons e dias ruins.

A maioria, tão somente suportáveis.

Alguns até valem a pena, malgrado o voo rasante 

de tudo que termina.

Sob o fogo cruzado punitivo da vida, consome-se o tempo

que martela a permissiva consciência.

Dormindo quase sempre na mesma cama.

Eludindo o cerco de arame farpado das coisas estimadas.

Afim de aceitar-se nos lugares que nos resguardam

e nos definem. 

Cohabitando cidades, ofícios, conflitos.

Atados a dias sem alvores nem renasceres. 

Repletos de engodos e demoras.


Tudo se evola na genealogia das tramas e emulações.

As coisas nunca são como deveriam.

As histórias se enredam como flores no campo, 

passando com pressa e sem culpa.

Dia e noite, a mesma agonia se refaz enquanto

a vida passa 

e "o louco que persiste em sua loucura

acorda são" (Blake).










 








sexta-feira, 4 de agosto de 2023

 


                até onde esse amor aguenta ?


 


O que nos une, nos afasta

O amor que não se basta


Não faz nada de graça

Vive de pirraça


Ambos pavio curto

Volta e meia eu surto


Você não fica atrás

Quando baixa o Satanás


É um tal de brigar e fazer as pazes

De dialogar somos incapazes


Eu cheio de razões

Você cheia de dedos


Eu marrento

Você desbocada


Ambos chegados num drama

Só nos entendemos na cama


Até onde esse amor aguenta ?





quinta-feira, 3 de agosto de 2023




                                 solitude




Nas asas do céu estrelado

Voa um girassol alado

Cuspindo pélagos ensandecidos 

Onde jaz o diverso mundo estiolado.


O caos dança em círculos

Sem remordimentos e utopias

Marcos da terra mastigam 

O silêncio das suaves cosmogonias.


As coisas se cumprem manchando a Criação

Poços de angústias desvendam os himeneus

Das belezas circunscritas e maltratadas

Que violam a precária aliança com Deus.


Minha alma vagueia serena e fria 

Na solitude dos segredos guardados

Viajante tranquila de elegias e cansaços

Em busca da verdadeira sabedoria.





  

quarta-feira, 2 de agosto de 2023



                    antes, durante e depois





Renasço a cada dia.

A vida esvaída de sentido nem por isso

é menos vida.

O pão nosso de cada dia provê a rude paciência.

As manhãs me arrastam como um animal

fiel a seu fado.

Ando entre o que finda a cada passo.

Crises de dicotomia roem o pensamento.

O silêncio do grito ensurdece.

Tão lúcido como se fosse de encontro ao inaudito.

Sem que nada se explique ou desenrosque.


Meu palco se desfaz no limite da ribalta.

A palavra ambígua desacredita o belo e o dramático.

Na absoluta incoerência dos desejos, a posse, o enlevo 

e o cansaço aviltam o amor.

Antes, durante e depois.






 








 

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