quarta-feira, 2 de agosto de 2023



                    antes, durante e depois





Renasço a cada dia.

A vida esvaída de sentido nem por isso

é menos vida.

O pão nosso de cada dia provê a rude paciência.

As manhãs me arrastam como um animal

fiel a seu fado.

Ando entre o que finda a cada passo.

Crises de dicotomia roem o pensamento.

O silêncio do grito ensurdece.

Tão lúcido como se fosse de encontro ao inaudito.

Sem que nada se explique ou desenrosque.


Meu palco se desfaz no limite da ribalta.

A palavra ambígua desacredita o belo e o dramático.

Na absoluta incoerência dos desejos, a posse, o enlevo 

e o cansaço aviltam o amor.

Antes, durante e depois.






 








 

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