do que eu não gosto
Não gosto de ser como um peixe cego no jardim do oceano.
Não gosto de macegas que abrigam serpentes
num mundo injusto e cruel.
Não gosto de me arrepender de meus enganos, e sobretudo,
dos acertos.
Não gosto de acordar sem bemtivis articulando-se no arame
farpado dos dias.
Não gosto do rumo que minha vida tomou, marchetada
de arrimos e casta masturbação.
Não gosto de promessas impregnadas de doçura e mentira.
Não gosto de flor sem perfume, sexo sem beijo, do que finda
sem ter valido a pena.
Não gosto de ser como sou, emotivo, sentimental, impulsivo,
idiota, tolo,
ingênuo, babaca, carente.
E sobretudo, humano.
Porque ninguém liga.
Ninguém reconhece.
Ninguém entende meu esforço
para tornar lírica uma existência de merda.