bom de pica
Alguém ainda escreve cartas de amor ?
Há séculos que não escrevo cartas de amor. Não por serem
ridículas, como dizia o grande poeta, mas, simplesmente,
por não ter encontrado alguém que me inspirasse.
Um amor de verdade.
Ou, talvez, porque já não se ama mais como antigamente.
Vejo coisas do arco da velha. Melhor até ficar quieto, para não
me chamarem de misógino ou algo pior. O fato é que
a mulherada está deitando e rolando nas ondas da era digital.
Diria, tirando o atraso por séculos de opressão.
Nada mais as detém. Sabem muito bem o que querem.
Não aceitam mais serem submissas.
Querem sentir prazer. Fazer o que os homens fazem.
E se possível, tê-los a seus pés.
Estão prontas para a guerra. Baton vermelho, roupas exíguas,
pernas e bundas à mostra.
Preferem o cartão de crédito à cartas de amor.
Quem pode criticá-las ?
Os tempos são outros, o próprio amor mudou, ridicularizado
em hábitos e nas letras infames dos funks que as retratam
como putas. E tudo bem.
Romantismo, hoje em dia, é ser bom de pica, como diz
uma doida que conheci.
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