as coisas nunca são
como deveriam
Há dias bons e dias ruins.
A maioria, tão somente suportáveis.
Alguns até valem a pena, malgrado o voo rasante
de tudo que termina.
Sob o fogo cruzado punitivo da vida, consome-se o tempo
que martela a permissiva consciência.
Dormindo quase sempre na mesma cama.
Eludindo o cerco de arame farpado das coisas estimadas.
Afim de aceitar-se nos lugares que nos resguardam
e nos definem.
Cohabitando cidades, ofícios, conflitos.
Atados a dias sem alvores nem renasceres.
Repletos de engodos e demoras.
Tudo se evola na genealogia das tramas e emulações.
As coisas nunca são como deveriam.
As histórias se enredam como flores no campo,
passando com pressa e sem culpa.
Dia e noite, a mesma agonia se refaz enquanto
a vida passa
e "o louco que persiste em sua loucura
acorda são" (Blake).
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