sexta-feira, 11 de junho de 2021




        lembrança



A primeira vez que a vi,

Ela tombou a cabeça

E jogou os cabelos para o lado.

A última vez que a vi,

Ela tinha um coque

E um novo namorado.


(Rogério Noia da cruz)



 

terça-feira, 8 de junho de 2021




                     outra vibe



O pior da separação 

é quando um dos dois ainda gosta,

ainda alimenta ilusões,

baseado nas boas recordações 

que o coração

preserva.

Enquanto o outro lado virou a página, 

está em outra vibe,

e no máximo só consegue

lembrar com desdém das coisas de outrora,

e ainda mais das fantasias quixotescas

que o antigo amor teima em manter.



domingo, 6 de junho de 2021




                sabedoria




Para tudo que tens opinião,

preste muita atenção, há muito o que considerar.

Não se deixe enganar com adornos,

quinquilharias, contas de vidro, 

tudo aquilo que brilha feito ouro de tolo. 

Preocupe-se antes de mais nada, em desatar os nós, 

desaprender as baboseiras que te ensinaram, 

destruir as paredes que te aprisionam, para, aí sim, 

sob os mais nobres princípios,

ver a realidade despida dos embutes 

que os manuais chamam de sabedoria.


















  

sábado, 5 de junho de 2021


                    o grande gesto



Nós dois, mutantes,

mudamos

para lidar

com as coisas que não podem

ser mudadas.


E assim vamos nós,

pensar a vida,

em sua luta renhida,

ao redor de nossos sonhos gastos,

tomando muito cuidado

para não voltar

a desperdiçá-la. 


E assim vamos nós,

mansos feito cavalinhos de carrossel,

mas não aceitando mais cabrestos,

nem nada que não faça

o coração palpitar.

Ainda que armas sutis nos ameacem,

um mudo entendimento antecederá 

o grande gesto

de ser mais do que fomos.






Impressionante como as pessoas estão perdendo

a capacidade de diferenciar o certo do errado.

O mundo era melhor sem Internet.




 




Não tente entender ou mudar as pessoas.

Apenas aceite. Ou mande-as às favas.



 

terça-feira, 25 de maio de 2021



                 até quando ?




 

Vítima infeliz de vícios e mazelas,

o povo padece.

Espoliado, esfaimado, grita por socorro

mas ninguém ouve.

Inerte por vocação, entorpecido por insidiosas

crenças, nada faz, nada consegue fazer.

Nos faltam hombres de cojones, gente de moral,

os nossos estadistas são de meia-tigela.

Cagam na cabeça da gente e nada acontece.

Nem um simples retesar de músculos,

nada além de muxoxos repletos 

de atavismos inúteis.


Triste nação de raça sem brio,

desonras teu berço de valorosas e

extintas tribos : Timbiras e Tupis eternizados

nos versos geniais do bardo Gonçalves Dias.

O que foi feito de ti, Pátria amada e idolatrada ?

O que fizerem de ti, ao longo dos tempos, 

para aceitar

assim, resignadamente, tão improba sorte ?

Tuas mãos calosas não te redimem.

Te ressentes do sangue que não foi derramado,

da honradez suprimida ao longo do lento e

infausto vilipêndio.


Ó terra de desvarios, atolada na merda, 

é sempre velha a nova realidade que te cerca.

Aviltado por governantes e mentores 

inescrupulosos. 

Achacada por políticos da laia de reles 

batedores de carteira.

Nação que não obstante grande e generosa,

não consegue se livrar de recorrentes pilhagens.

Vendo, impotente, suas riquezas dizimadas,

matas e rios seculares em silencioso holocausto.


Até quando ?





 



 









 


 

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