sábado, 21 de janeiro de 2023



                    só quem sabe





Só quem sabe da dor

quem já sofreu.

Só quem sabe de sofrer

quem algo perdeu.

Só quem sabe o que é perder

quem tentou.

Só sabe o que é a dor de perder

quem já amou.


 



                              carência



Andava tão carente, o rapaz,

que nem em bordel podia ir.

Sob o risco de se apaixonar.

Como acabou acontecendo.

Não tardou a descobrir a fria em que 

se me meteu.

Pois quem nasceu para ser puta, 

não se regenera.

Gosta do que faz.

Se liga, rapaz.










 




Nem tudo que dói, é dor.

Pode ser, simplesmente, amor... 





                 maluco beleza





Louco, eu ?

Louco, eu, por acreditar ?

Por lutar pelo amor, como um cavaleiro medieval ?

Mesmo contra todas as probabilidades.

Cabeça, idade, interesses.

Mas, ora, louco seria de não tentar.

Não ter sequer

do que me arrepender.







               o coração se engana



Não pode haver equívoco maior

do que amar quem não presta.

Apostar em quem não tem princípios, valores.

Mas como saber ?

O coração se engana facilmente.

Confunde paixão, cama, com amor.




 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023



                             complexidades



O que é nossa culpa, em meio a tantas atrocidades ?

Frágeis, vulneráveis de nascença, de onde vem a coragem

que nos permite seguir em frente ?

O conhecimento, graciosa desdita, arranca o véu da ignorância

mas se desfaz na soberba. 

O entendimento não faz distinções ante uma imperfeita etimologia.

Incoerências conscienciosas endireitam as certezas.

O cenário esculpido de premências sacrifica a indulgência.

A inexorável precisão da natureza não faz concessões.

"Complexidades vão continuar sendo complexidades

enquanto o mundo existir".

Tudo remonta as forças espirituais que nos governam.

Na vida que se refaz no próprio affaire.



 





quinta-feira, 19 de janeiro de 2023



                    coitado de quem ainda acredita 

               no amor à moda antiga





O grande desafio dos casais de hoje em dia

é a aceitação.

Aceitar o intolerável, o execrável, traição.

Coisas impensáveis até pouco tempo.

Desafio ainda maior para o homem, o velho machista de guerra.

Criado sob a hegemonia secular do patriarcado.

De que o homem pode tudo, face à submissão histórica

das mulheres.

Algo em franco desuso, ao menos na civilização ocidental.

Nada mais anacrônico do que os talibãs da vida.

A era digital chancelou o empoderamento e a emancipação feminina.

A nova geração faz sexo como se troca de roupa.

Sem limites, sem culpa.

Coitado de quem ainda acredita no amor à moda antiga.


 




 



 




Postagem em destaque

                          o quanto sei de mim Faço do meu papel o sonho de um desditado.  Cavalgo unicórnios a passos lentos, para que o go...