segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018



O grande mal que fiz foi a mim mesmo.



                        RENOVANDO AS CRENÇAS

   


Quanto mais certezas temos, mais nos enganamos.
Quanto mais acreditamos, mais nos decepcionamos.
Ainda assim, continuamos mantendo a fé.
Renovando as crenças.
Confiando.
Acreditando.
Relevando.
Fazendo vistas grossas.
Pois a vida assim requer.
Que sejamos crédulos,
Que sejamos tolerantes.
Que sejamos humanos.
Para que 
o ilegal, o indefensável, 
e o ilícito sobrevivam.






sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018


                         EU E TU, TU E EU




Tu o vento, eu a pipa
Eu o barco, tu o farol
Tu a vara, eu o anzol
Eu a chuva, tu o sol
Tu a planície, eu a montanha
Eu a prosa, tu a poesia
Tu a alegria, eu a melancolia
Eu a neblina, tu o orvalho
Tu a flor, eu o carvalho
Eu o rio, tu o oceano
Tu a lua, eu o cometa
Eu o passado, tu o presente
Tu o habitante, eu o transeunte
Eu a pinguela, tu a ponte
Tu a tela, eu o pincel
Eu a dúvida, tu a fé 
Tu brilhante, eu opaco
Eu discreto, tu do balacobaco
E vamos em frente, que atrás vem gente


                   SOB A TUTELA DO STF
         ( OU A DEMOCRACIA QUE FODE O PAÍS)



O pai dos pobres esperneia, blasfema, jura inocência, com a voz embargada, o olho rútilo, como diria Nelson Rodrigues, o nosso outro anjo torto que a exemplo de Garrincha, entortava os críticos implacáveis, a ira dos comunas comedores de criancinhas. Dez minutos de peroração e confesso : quase começo a acreditar no safado. Como condenar os milhões de analfas e pés-rapados que não obstante a derrocada do lulopetismo, continuam a hipotecar total, completa e irrestrito apoio ao dito-cujo ? Ainda que sob um único e raso argumento : que ele roubou mas fez. 

Eis, aliás, um slogan poderoso, que já surtiu efeito em épocas não menos conturbadas, precursoras da intervenção militar, quando Ademar de Barros não teve pejo em  assumir diante do eleitorado a faceta que todo classe renega.
E levou, pasmem. Como Lula pode levar, caso o judiciário dê moleza, se curve a esparela do vitimismo troncho assumido por nossa esquerda maromba. 
Afinal, não custa lembrar que 35% do eleitorado já está no papo, o dobro do melhor colocado nas pesquisas que acabaram de sair, e isto há oito meses do pleito. Ou seja, basta conquistar mais 15 ou 16% do eleitorado para ganhar já no primeiro turno. Se alguém duvida que isso seja possível, sabendo-se do que Lula é capaz num palanque, vá ser ingênuo lá longe.
O fato duro e doloroso de admitir é que, até o momento, na boca das eleições, não há nenhum nome capaz de fazer frente ao encantador de serpentes. Bolsonaro é uma piada de mau gosto. Alckmin, Marina, Alvaro Dias, Meirelles, Dória e até o neófito bem-intencionado Luciano Huck, são nomes interessantes, em comparação ao que se tem no geral. Mas em se tratando de Brasil, e sobretudo, da democracia brasileira, calcada num eleitorado inepto até a medula, em que grande parte vota mais com a barriga do que com o cérebro, por si só atrofiado de nascença, em função na miséria e desigualdade social que há séculos campeia, um canastrão como Lula é imbatível.
Afinal, vivemos num país atípico, acostumado com o famoso jeitinho brasileiro, disseminado em toda sociedade como sinônimo de esperteza, familiarizado com toda sorte de transgressões e ilicitudes, e consequentemente, altamente tolerante e receptivo ao famoso "me engana que eu gosto".
E nisso Lula é especialista. Por suas origens e ser do ramo, sabe perfeitamente como sensibilizar o povão. Como seduzir as massas. 
Seu pecado foi ter perdido o senso de medida. Se achar o cara. Que podia pintar e bordar, que nunca daria em nada. Afinal, estamos no Brasil, esse país de índole boa, que tolera tudo desde que sobrem algumas migalhas do banquete das "zelites". Classes que Lula costumava desdenhar, prometia combater, mas as quais aderiu de corpo e alma, ao se deixar comprar, ao se vender vergonhosamente, em troca de vantagens e propinas mal e porcamente camufladas, para si e seus filhos, as quais tenta inutilmente negar, amparado por subterfúgios jurídicos - no caso do Brasil - feitos à caráter para a bandidagem. 
Ah, não fosse a Lava-Jato. Ah, não houvessem juízes honrados como Sérgio Moro, Marcelo Bretas, o brasiliense Vallisney de Souza Oliveira, os bravos desembargadores do TRF 4 de Porto Alegre, para compensar a notória dubiedade - para não falar parcialidade - da mequetrefe Suprema Corte brasileira.
Superior Tribunal Federal cuja presidente, a enigmática Cármen Lúcia, nunca se sabe para qual lado vai pender, mas ao qual, em todo, caso caberá a sagrada missão de ratificar ou não os avanços que o país vem obtendo no que tange a moralização e combate a impunidade. Ao confirmar ou revogar a decisão inicial favorável a prisão após a condenação em segunda instância, a Suprema Corte estará não só mostrando sua verdadeira face como tutelando e moldando - para o bem ou para o mal - os rumos do país. 

Ou seja, suprimindo ou não o ex-presidente da disputa pela presidência, algo que nosso mambembe democracia não parece capaz de fazer.
     


  
   










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