quinta-feira, 3 de maio de 2018







     O AVESSO DA VIDA               

Já não penso
    Já não falo
        Já não sinto
              Já não minto
        Já não blasfemo
Já não me pejo
     Já não creio
          Já não me importo
                Já não sofro

 Amorfo 
     Catatônico 
          Ambiverso
Sem eira nem beira
        Com a vida ao avesso 
                No avesso da vida
       Que vida viverei 
Sem uma vida para viver ?





segunda-feira, 30 de abril de 2018

           
                  
               A FLOR E A PEDRA




Uma flor é uma flor. 
Uma pedra é uma pedra.
O que não impede que uma flor 
seja uma pedra, 
e uma pedra, uma flor. 
Pois a mão que acaricia, 
é a mesma que apedreja. 
Quem nunca sofreu por amor 
que atire a primeira pedra.
Ou uma flor...



sexta-feira, 27 de abril de 2018

PENSAR GRANDE







Vivemos sob o signo da mediocridade.
A mesmice é a sina da humanidade. 
Inércia e inação competindo com a falta de vontade 
e de iniciativa.
Pobre de quem vive em casa acomodado,
conformado com o que tem.
Geralmente pouco.
A espera do que nunca acontece.
Entre sonhos e tédio ver passar os dias. 
Na clepsidra do alheamento.

Toda conquista requer ação e determinação.
Nada é de graça, nada cai do céu.
A não ser a chuva e às vezes, aviões.
A mediocridade contagia.
Medíocres governam, legislam em causas dúbias,
Enquanto outros trabalham feito robôs,
amam, copulam, adoecem e morrem.
E uma minoria tira ouro do nariz.

Feliz de quem vê o que os outros não veem.  
Alheios a mediocridade que tudo consome e dissolve.
A medida que queimamos todas as pontes,
Desenganados na vida e no amor.
Subjugados por tudo o que passa e nunca passa. 
Pois essa é a natureza humana.
Tudo conspurca e avilta.
Que não se prende a nada,
E no entanto, a tudo se prende.
Ao jugo dos vícios, das drogas, da promiscuidade.
Relapsa nos compromissos e obrigações.

Escuta o clamoroso chamamento.
Acorda para a vida adormecida.
Deixar um legado, algo para se orgulhar.
Se hoje vencido,
amanhã, a desforra...







  


segunda-feira, 23 de abril de 2018


          

              O AMOR CANSA


Não faço juízo doutos de nada.
Não teço louvores à ninguém.
Não estou suficientemente habilitado.
E ninguém é confiável.

Há segredos e dissimulações em tudo
Em tudo há enganos, perfídias.
Não nos enganemos : tudo na vida é farsa.

Somos todos farsantes.
Uns mais, outros menos.
Uns mais talentosos, outros enrustidos, rústicos.
Os charlatões estão no comando. 

Bom conceito de mim não faço,
Posto que nem mesmo me conheço.
E se não me conheço, 
como poderia pretender que me conheçam ?
Que pensem bem a meu respeito ?
Como posso ser estimado, amado,
se vivo insatisfeito comigo mesmo ?
Se nem de mim sou dono ?
Algoz de mim mesmo em palavras e atitudes. 

Não, não inquiro do destino o curso áspero e duro 
da estrada percorrida.
Abster-me de perscrutar o desconhecido,
afastar o cálice dos temores futuros,
não fazer a vida pior do que é hoje,
é tudo que me resta. 
Cumprir alto, ser digno, como diria o ilustre poeta.

Negue-me tudo a sorte, menos a razão de viver.
Quem fui é alguém consciente de ter sido pouco.
Posto que, quem me julga, 
me condena à revelia de atenuantes.
Entre os quais, que ninguém é perfeito.
E que amar também cansa...







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