quinta-feira, 23 de abril de 2020

quarta-feira, 22 de abril de 2020



                                                   AO FIM E AO CABO







antes

lindo
inteligente
incrível
maravilhoso
gostoso
divertido


depois

idiota
mentiroso
perturbado
psicopata
degenerado
velho





terça-feira, 21 de abril de 2020




                                      A evocação dos tolos






Escrever é evocar o que não se consegue viver.
É projetar na escrita um mundo interior
que nem sempre, ou quase nunca, 
encontra correspondência na realidade.
Posto que o que se vê, 
o que se vive, 
não passa de interpretações pessoais de coisas
invariavelmente distorcidas,
meras versões fantasiosas do que,
cedo ou tarde, se revela completamente
diferente do que parecia.

Quem ama, 
ou pensa que ama, 
está sempre propenso à exageros,
juízos e conclusões equivocadas,
aos arroubos típicos da paixão.
Que como se sabe,
ofusca, obnubila o bom senso, a razão.
Daí não raro soarem patéticos,
inconvenientes, e até mesmo chatos
os versos com que se pretende enaltecer
a mulher amada, a musa inspiradora. 
Pior ainda quando 
no afã de reconquistá-la, 
fazê-la voltar,
evocando o antigo amor para ela, 
morto e enterrado.

Ao quê,
longe de compartilhar do mesmo sentimento,
sequer entender o teor de versos,
faz a gente parecer 
ainda mais tolo do que o normal.














                                                 ANACRÔNICO, EU ?




Sim, eu sou do tempo em que a palavra 
tinha valor.
Em que honestidade era uma obrigação,
e não uma virtude.
Em que era preciso suar a camisa
para comer a namorada.

















A verdade nua e crua do ritual de acasalamento
de hoje em dia, é que,
enquanto o apaixonado fica de lero-lero,
outro vêm e come.  



domingo, 19 de abril de 2020



                      coração flibusteiro






Nem te tive
e já te perdi.
Mala suerte, a minha.
Do antigo amor esqueci,
graças a ti.
Cujo bem, no entanto, 
logo se extinguiu.
Se é que chegou a existir.
Deixas a minha vida do mesmo jeito
que entrou.
Vinda de não sei onde,
Indo para aonde esconde
aquilo que nunca chegou 
a me dar.
O coração flibusteiro.



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