quarta-feira, 29 de abril de 2020
os sete pecados capitais
A vida é repleta de surpresas, como bem sabemos. Menos em relação ao ser humano, cuja previsibilidade congênita não permite que tenhamos maiores ilusões quanto a natureza deletéria de seu comportamento. Que se manifesta a partir do que chamaria de sete pecados capitais :
1. Mau-caratismo (quem é mau-caráter, será sempre mau-caráter).
2. Hipocrisia (a mãe de todos os males).
3. Preconceito ( todos têm, a diferença é que uns disfarçam melhor).
4. Sectarismo político (dispensa comentários).
5. Idolatria cega e burra (idem).
6. Egoísmo ( camuflado ou não ).
7. Ingratidão.
Para piorar, como diz o nosso filósofo Pondé, a verdadeira virtude é silenciosa e não se sustenta num mundo em que os traços acima predominam. Ainda mais nesses tempos em que, como disse outro pensador brilhante, o italiano Umberto Eco, falecido em 2015, a Internet deu voz aos parvos e ignorantes.
Como lidar com esse, digamos, caráter sombrio de nossas almas, é o desafio que se impõe a quem ao menos tenta ser uma pessoa melhor.
segunda-feira, 27 de abril de 2020
quinta-feira, 23 de abril de 2020
carência
Pense num sujeito carente, de autoestima tão baixa
que pensa que só a morte lhe fará justiça. Mas não tem certeza.
Tão carente que quando numa manhã, um bentivi pousou na sua varanda,
ele jura ter ouvido ele cantar : vim ti ver, vim ti ver...
Carente a ponto de passar um tempão fazendo apelos,
e versos e mais versos no afã de sensibilizar a ex-amada,
e tudo o que conseguiu foi uma ameaça de ser denunciado na delegacia das mulheres, por assédio.
Não satisfeito, tentou fazer chantagem emocional
com a sugar baby, e nem ela aguentou.
De tão carente (e retardado?), fez postagens insinuando que estava seriamente doente, que
prestes a se mudar da cidade,
para ver se alguém se manifestava. Está esperando até hoje.
É ou não é o caso de internação ? Ou de puxar o gatinho ?
quarta-feira, 22 de abril de 2020
terça-feira, 21 de abril de 2020
A evocação dos tolos
Escrever é evocar o que não se consegue viver.
É projetar na escrita um mundo interior
que nem sempre, ou quase nunca,
encontra correspondência na realidade.
Posto que o que se vê,
o que se vive,
não passa de interpretações pessoais de coisas
invariavelmente distorcidas,
meras versões fantasiosas do que,
cedo ou tarde, se revela completamente
diferente do que parecia.
Quem ama,
ou pensa que ama,
está sempre propenso à exageros,
juízos e conclusões equivocadas,
aos arroubos típicos da paixão.
Que como se sabe,
ofusca, obnubila o bom senso, a razão.
Daí não raro soarem patéticos,
inconvenientes, e até mesmo chatos
os versos com que se pretende enaltecer
a mulher amada, a musa inspiradora.
Pior ainda quando
no afã de reconquistá-la,
fazê-la voltar,
evocando o antigo amor para ela,
morto e enterrado.
Ao quê,
longe de compartilhar do mesmo sentimento,
sequer entender o teor de versos,
faz a gente parecer
ainda mais tolo do que o normal.
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