O amor renasce, assim, desajeitado.
Aos poucos, o coração arredio
se desarma.
E como previsto,
mais uma vez se fode.
natural que tenha acabado
Recordarás, ainda, de mim
tal qual me conhecestes ?
Seria eu, então, melhor
naquela época ?
Com o pouco que te oferecia ?
Ora, se mudei para pior, quem sabe
foi porque nossa relação me faz mal.
Assim como, pelo visto, fez à você também.
Mas, não nos culpemos.
Afinal, é o velho roteiro de sempre.
Finda a paixão, arrefecido o amor, que julgávamos
sentir,
acabamos por nos ver
como realmente somos.
Natural que tenha acabado.
O MAIOR PRESENTE
Tudo de bom e de gratificante na vida
passa pela possibilidade de fazer o que se gosta,
o que nos dá prazer.
O que as apreciáveis posses materiais e o dinheiro
nem sempre conseguem.
Como, por exemplo, a sensação de paz, de liberdade.
Não precisar dar (nem pedir) satisfações de seus atos.
Poder falar, pensar, fazer o que lhe der na veneta,
sem receio de contrariar, de ser mal-interpretado.
Tendo apenas
a própria consciência como juiz.
Poder ligar o foda-se,
e ir dormir leve como uma pluma.
Pode haver coisa melhor ?
Coisas simples, aparentemente fáceis de obter,
mas cujos obstáculos se agigantam
na proporção
das responsabilidades e compromissos
que estamos sempre à assumir. Voluntariamente ou não.
Afinal, ninguém vive sozinho.
Há regras, obrigações, imposições
das quais não se consegue fugir nem ignorar.
Que tendem a aumentar a medida que
formamos família, progredimos,
eventualmente galgamos a fama,
o sucesso e o dinheiro jorram.
Cujo preço, no mais das vezes, é o fim do sossego,
da paz,
da liberdade.
Dos pequenos prazeres que são o maior
presente da vida.
a noite eterna a noite eterna chega devagar a vida passa devagar até tudo passar e você de repente acordar sozin...