ELOS
Não há elos eternos.
Amor, fé, respeito, gratidão...
Tudo é perecível, vulnerável, corrompível.
A vida é frágil, por quê os sentimentos
não haveriam de ser ?
ingênuo enleio
As coisas que passam, não passam,
quando não se bastam.
O pesar do que o coração quis e não teve.
Ingênuo enleio que freme e agoniza.
Tu, que já não estás comigo e sequer conheci o íntimo.
No pensamento, ainda te vejo, nua e bela, nos meus braços.
Dói-me saber que nunca mais a terei.
Lembranças que passam mas não passam,
vergastam o meu viver.
despojos
Nada me prende a nada.
No entanto, a tudo me obrigo.
Em solene reverência às graças recebidas.
Ao pão nosso de cada dia.
Ao teto que nunca me faltou.
Aos afetos, e até desafetos, que tanto me ensinaram.
Sou grato mesmo a ti, ó, musa infiel,
dona de meus pensamentos e desencantos.
Meu mundo é feito de lápides.
Tudo o que valeu a pena ficou para trás.
Já não pertenço a este plano sombrio.
O tempo que engendra a vida
é o mesmo que engendra a morte.
Cumpre, apenas, aceitar.
Entretido em recolher os despojos.
Em meio aos quais ainda vicejam
desejos que desfruto,
à míngua do amor que me foi denegado.
o quanto sei de mim Faço do meu papel o sonho de um desditado. Cavalgo unicórnios a passos lentos, para que o go...