domingo, 27 de junho de 2021




Faça de tudo um pouco na vida.

Mesmo aquilo do que venha a se arrepender.

Melhor se arrepender de ter feito

do que de deixado de fazer.


 


                                 gangrena







Eis-me, então, entre o resolvido e o olvido,

resignado. 

Dos sonhos envenenados, desprendido.

Liberto, diria.

 

Liberto, não fosse o corpo

o copo em que a carne mole,

o sexo murcho,

sorve os derradeiros goles

da vida gangrenada.




 

quarta-feira, 23 de junho de 2021



                     assim é a vida





Às vezes há vontade mas falta determinação.

Às vezes há crença mas falta fé.

Às vezes há desejo mas falta tesão.

Às vezes há boa vontade mas falta altruísmo.

Às vezes há beleza mas falta magia.

Às vezes há esforço mas falta resiliência.

Às vezes há ambição mas falta labor.

Às vezes há metas mas falta comprometimento.

Às vezes há conhecimento mas falta discernimento.

Às vezes há amor mas falta lealdade, reciprocidade.

E assim é a vida, sempre deixando a desejar...





segunda-feira, 21 de junho de 2021

quarta-feira, 16 de junho de 2021



                  vida de burguês




Restaurantes dizem muito sobre as pessoas.

É o palco preferido daqueles burgueses espalhafatosos

e empavonados, 

que adoram chamar a atenção,

ao lado das respectivas damas

normalmente super-maquiadas e trajando modelitos apertados,

para disfarçar a flacidez.

Falam alto, riem de qualquer besteira, 

e não tardam em ficar "meio altos" e inconvenientes, 

constrangendo os demais presentes com seus

modos grosseiros. 

Refestelados, palitam os dentes e arrotam sem qualquer

cerimônia, ao mesmo tempo que cumprimentam

efusivamente um ou outro conhecido.

Já em casa, empanturrados e sonolentos, esses burgueses

desabam na cama e apagam, 

enquanto as digníssimas esposas

se masturbam pensando no Cauã Reymond. 




* Inspirado no poema "Guardanapo na Boca", de Maria Leonor Corrêa da Silva.








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