sexta-feira, 9 de julho de 2021




                      in vino veritas




Cara de pau eu, 

propus a meu ex-amor

sermos meramente amantes.

Ela riu

e, educadamente, me ofereceu sua amizade, 

como prêmio de consolação.

Culpei o vinho, pelo desatino.

Não colou, mas tinha que tentar.

In vino veritas...

















 




Minha poesia chegou a um impasse.

Sem aquela dor antiga,

está mais para nonsense.


 

domingo, 4 de julho de 2021



                                        




É fácil posar de herói, ainda que poucos

o sejam. 

Difícil, raro, é quem assuma

ser um canalha, um cagão.

Que de resto, é o que a maioria é.






 

sábado, 3 de julho de 2021



                   fugaz sonho de Penélope



Te amo. Te amo 

mas não te quero.

Amo mais aquela

de outrora. 

Quando eu não sabia 

quem tu eras.

Do que és capaz.

Meu fugaz sonho de Penélope.





 





                                 nua e crua





Quando despertos do sono da vida,

não só de nós, mas do existir humano e ungido,

o acordar para o que somos e não vemos,

premedita o tempo arguido pelos anos.


Ante o paradoxo de ser o ser enrustido 

que agasalhamos,

premido pelos pecados e segredos 

que os dias escamoteiam, 

eis que o efêmero se infere,

como se a vida se fizesse alheia.


E quando, diante dos olhos, 

o tempo conjurar os vaticínios,

esgotar-se a permissão para cometer desatinos,

alvíssaras ! Ei-la, enfim, a vida nua e crua,

prenhe de tudo que é solvente e ilusório. 









 



                nem mortadela, nem gado





Não estou louco, o que já não é pouco.

Não estou ébrio, apesar do tédio.

Não estou cooptado, muito menos abduzido.

Tenho ideias próprias, mas não me gabo.

É mister que esclareça,

não sou mortadela, nem gado.

E está dado o meu recado.




  

sexta-feira, 2 de julho de 2021




Eu sempre soube, já estou até conformado,

Meu coração não é confiável.

Mais parece um caleidoscópio,

Vê sempre tudo deformado.


  

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