sábado, 3 de julho de 2021



                                 nua e crua





Quando despertos do sono da vida,

não só de nós, mas do existir humano e ungido,

o acordar para o que somos e não vemos,

premedita o tempo arguido pelos anos.


Ante o paradoxo de ser o ser enrustido 

que agasalhamos,

premido pelos pecados e segredos 

que os dias escamoteiam, 

eis que o efêmero se infere,

como se a vida se fizesse alheia.


E quando, diante dos olhos, 

o tempo conjurar os vaticínios,

esgotar-se a permissão para cometer desatinos,

alvíssaras ! Ei-la, enfim, a vida nua e crua,

prenhe de tudo que é solvente e ilusório. 









 

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