nua e crua
Quando despertos do sono da vida,
não só de nós, mas do existir humano e ungido,
o acordar para o que somos e não vemos,
premedita o tempo arguido pelos anos.
Ante o paradoxo de ser o ser enrustido
que agasalhamos,
premido pelos pecados e segredos
que os dias escamoteiam,
eis que o efêmero se infere,
como se a vida se fizesse alheia.
E quando, diante dos olhos,
o tempo conjurar os vaticínios,
esgotar-se a permissão para cometer desatinos,
alvíssaras ! Ei-la, enfim, a vida nua e crua,
prenhe de tudo que é solvente e ilusório.
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