Não é preciso provas
de que Deus existe.
Basta agir como se Ele existisse.
O que temos a perder ?
e eu nem era gente ainda
Eu era um menino
valente e ladino,
vivia aprontando.
Minha finada mãezinha
dizia que desde o ventre,
não dava sossego.
Chutava adoidado.
Ainda engatinhando,
já dava trabalho.
Só o anjo da guarda explica
ter sobrevivido a tantas travessuras
Como quando meti
a ponta de uma tesoura na tomada,
explodindo o disjuntor, a ponto de derretê-la,
sem nada me acontecer.
Outra vez, um susto maior ainda,
quando, ao literalmente rastejar
no porão da casa,
ressurgi todo ensanguentado
- havia enfiado o rosto num
caco de vidro.
Coberto de sangue, eu apenas ria,
contava minha mãe,
sobre aquele moleque
endiabrado.
Que nunca chorava.
E eu nem era gente ainda...
acredite, amiga
Não chore, amiga, não esmoreça.
Tua luta não será inglória.
Tiveste a má sorte de cair enferma,
Mas no fim hás de cantar vitória !
És tão jovem, tão linda,
Com esse teu ar de eterna menininha.
E no entanto, tão valente ante tal absurdo.
Sem desanimar diante das falsetas do mundo.
Ah, minha amiga, sinto tanto por ti.
Mesmo à distância, em tal desvelo,
Não há nada que eu mais deseje
Que ver o fim desse pesadelo.
Acredite, amiga, amor da minha vida,
Nada acontece por acaso. Teu sofrimento
Não será em vão. Renascerás mais sábia e mais forte,
Neste amor recebido, mais tenaz que a morte.
o quanto sei de mim Faço do meu papel o sonho de um desditado. Cavalgo unicórnios a passos lentos, para que o go...