domingo, 18 de julho de 2021



                      e eu nem era gente ainda





Eu era um menino

valente e ladino,

vivia aprontando.

Minha finada mãezinha

dizia que desde o ventre,

não dava sossego.

Chutava adoidado.

Ainda engatinhando,

já dava trabalho.

Só o anjo da guarda explica

ter sobrevivido a tantas travessuras

Como quando meti

a ponta de uma tesoura na tomada,

explodindo o disjuntor, a ponto de derretê-la, 

sem nada me acontecer.

Outra vez, um susto maior ainda,

quando, ao literalmente rastejar 

no porão da casa,

ressurgi todo ensanguentado

- havia enfiado o rosto num

caco de vidro.

Coberto de sangue, eu apenas ria,

contava minha mãe,

sobre aquele moleque

endiabrado.

Que nunca chorava. 

E eu nem era gente ainda...




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