e eu nem era gente ainda
Eu era um menino
valente e ladino,
vivia aprontando.
Minha finada mãezinha
dizia que desde o ventre,
não dava sossego.
Chutava adoidado.
Ainda engatinhando,
já dava trabalho.
Só o anjo da guarda explica
ter sobrevivido a tantas travessuras
Como quando meti
a ponta de uma tesoura na tomada,
explodindo o disjuntor, a ponto de derretê-la,
sem nada me acontecer.
Outra vez, um susto maior ainda,
quando, ao literalmente rastejar
no porão da casa,
ressurgi todo ensanguentado
- havia enfiado o rosto num
caco de vidro.
Coberto de sangue, eu apenas ria,
contava minha mãe,
sobre aquele moleque
endiabrado.
Que nunca chorava.
E eu nem era gente ainda...
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