quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021




                                        as redes da putaria






Falta de empatia.

Supressão da consciência.

Dessensibilização.

Fenômenos da pós-modernidade.

É a humanidade ladeira abaixo.

Sob os auspícios do (sub)mundo digital.

Tudo muito simples, muito fácil.

A putaria chancelada pelas redes sociais.

Aberta à todos os públicos.

Um Pix e tudo se consegue.






 

terça-feira, 14 de dezembro de 2021




                   às vezes a vida é só o que é


Gravura de Salvador Dali



Às vezes a vida é só o que é.

De indescritível horror. Na violência implícita

e explícita do dia-a-dia. No drama silencioso de cada um.


                "Quando eu era pequeno, ia pelo calçadão no sol, sem

                 chinelo, com medo de ser roubado, nas horas de folga,

                 ia com minha prancha no alfalto quente, 

                 e trabalhava pesado com 10 anos de idade, e completei

                 os estudos, e cuidei das minhas irmãs, e ainda treinava

                 musculação, fazia surfe, hoje em dia levanto

                 a traseira (sic) de uma ambulância, tomo remédios

                 fortes, e agora sou normal.


                 Eu bati a cabeça num fusca com 5 anos de idade,

                 a culpa não foi minha, 60 quilômetros 

                 por 20 de bicicleta, calcula, perdi parte da massa

                 cefálica (sic), e não tem cura."


Às vezes a vida é só o que é.


  * Depoimento de Cesario Parada Neto Parada em sua página no Facebook.


 

domingo, 12 de dezembro de 2021


                          tarde ontológica 





 


Envolta em angustiante quietude,

a tarde ontológica

esconde desejos prementes,

desde sempre pendentes,

renitentemente ausentes. 


Nada muito urgente,

nem extravagante,

diria até pouco inteligente.

Apenas o grito pungente

de um ser carente, reagente,

dependente daquilo que a gente

mais finge que sente

do que sente.


Honestamente ?

Tudo pode esperar.

A verdade dos supremos desconsolos.

A espera que aclara os sofrimentos.

A repulsa moral.

A esperança que não tenho.

Tudo pode esperar.

Tudo e nada que compõe 

o pouco e o demasiado.

A falta e o excesso.


Ora, um poema não precisa ser um poema.

Apenas um ato-falho.

O halo.

O talo.

O hipotálamo.

Mais bucólico que 

um hipopótamo 

tomando sol

na tarde ontológica.











 

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