domingo, 11 de dezembro de 2022



Esse céu de fogo

enfeitando o final de outono,

dispensa clichês.


               Mulheres são como cofres

                       que precisam ser arrombados,

               para saber seus segredos. 


No fim das contas, findo o encanto, 

a beleza,

as distrações que inebriam,

o amor é como qualquer coisa

que se quebra,

que se consome,

e se caga.






                siga em paz




Nunca é fácil desistir de quem se ama.

Mesmo não dando certo.

Mesmo te fazendo sofrer.

Mas tudo tem um limite.

E o amor não é exceção.

Não adianta querer que a vida seja o que não é.

Que as pessoas sejam o que não são.


Fiz de tudo para te compreender.

Fiz um monte de concessões para te aceitar.

Na esperança que mudasse.

Que no mínimo me respeitasse.

Mas a tua natureza mundana sempre acaba

falando mais alto.


Cansei.

Cansei de dar murro em ponta de faca.

Siga em paz, moça.

Ache outro otário para te bancar.

Alguém que não ligue de ser desrespeitado, 

de ser passado para trás.

Já fui traído sem saber, mas levar chifre sabendo,

nem fodendo.



 

sábado, 10 de dezembro de 2022



                        o impasse crucial





 

O mais difícil numa relação que desvirtua,

é quando você se vê obrigado a optar

entre ser tão desleal quanto o companheiro,

ou partir para outra.

O que nunca é indolor.

Porque quando se ama, é foda.

Tolera coisas inimagináveis, faz das tripas coração 

para superar.

Até chegar ao impasse crucial :

manter um mínimo de dignidade

ou se conformar em ser capacho.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2022




Nunca teremos todas as respostas.

Mas nem por isso deixemos de perguntar.


            Ninguém engana o coração.

            O que pode acontecer 

            é o coração se autoenganar. 


Ponho a isca no anzol.

Só falta combinar com os peixes.

           

            Às vezes o seu pior é o seu melhor.

           

Essa estranha sensação 

não me é estranha. 

O frio na barriga, o dedo na ferida.

Quem já amou, nunca esquece.


Às vezes é preciso celebrar

uma batalha perdida.

Um amor derrotado.

Uma despedida.

´w 






                        meu tempo de otário acabou





No fim das contas, tornei-me aquilo que nunca quis ser.

Não muito diferente de todo mundo.

Egoísta, hipócrita, mentiroso, em suma, um farsante

como outro qualquer.

Que finge ser o que não é, para não ficar 

em desvantagem.

Meu tempo de otário acabou.

Até isso devo a você.






 



               o caos que me devolveu a vida.






Como lido com você, me diga ?

Me diga, me dá uma dica de como me imponho, 

me recomponho, 

recupero o autocontrole,

a vergonha na cara.

Nem me reconheço de tão carente, 

dependente de toda e qualquer coisa que venhas me dar.

Mesmos os rompantes, os despautérios

com que me torturas.

Nunca conheci alguém tão inconstante.

Anjo e demônio ao mesmo tempo.

Que feitiço é esse que me põe de joelhos,

me encanta e castiga,

não tenho mais paz.

Você é o caos que me devolveu à vida.





 

segunda-feira, 28 de novembro de 2022



                      do que eu não gosto






Não gosto de ser um peixe cego no jardim do oceano.

Não gosto de macegas que abrigam serpentes

num mundo injusto e cruel. 

Não gosto de me arrepender de meus acertos, e sobretudo,

dos enganos.

Não gosto de acordar sem enxames articulando-se no arame

farpado dos dias. 

Não gosto do rumo que minha vida tomou, marchetada

de arrimos e de casta masturbação.

Não gosto de promessas impregnadas de doçura e mentiras.

Não gosto de flor sem perfume, sexo sem beijo, do que finda

mas não acaba.

Não gosto de ser como sou, emotivo, sentimental, impulsivo,

idiota, tolo,

ingênuo, babaca, carente.

E sobretudo, humano.

Porque ninguém liga.

Ninguém reconhece.

Ninguém entende meu esforço 

para tornar lírica uma existência de merda.






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