As mudas germinam no lodo eivado de abusos.
Fadados a ser ramos ou estopins.
A flor que medra na aridez ignora o sol.
Flor que a beleza não alcança.
achismo
O mundo das coisas vastas prodigaliza o breve clímax.
Explica-se no achismo. Debulha os paradigmas.
Nau no porto, de passagem e a serviço.
Ataraxia é o meu ponto fraco.
Na ponta da língua, o malogro fecunda a matéria dormente.
Persona grata dispensa exéquias.
Tudo se resolve por exclusão.
Um homem sozinho vive de artifícios.
Aqui é onde assaz se desfaz o inaudito, em prol
das lides incontroversas.
Um jogo de contrários exclui o contraditório.
Amores e ódios andam lado a lado, às vezes se distraem
e trocam de lado.
A lua homizia sarjetas.
Inúteis borboletas adotam ermos jardins.
Vilezas humanizam o mundo das coisas castas.
Nada mais fácil do que descartar alguém.
Por ignorância, discriminação, despeito.
Motivos não faltam.
Sofismas enganam a mente.
A lucidez é quase uma ilação de demência.
Ser normal é uma excrescência.
sem direito de errar
Não se iluda, o amor é a maior das enganações.
É lindo enquanto dura, mas se desfigura ao longo do tempo.
Inebria e lacera com sua linguagem de cantos
e de guerras.
Para que o escutes, adelga-se em vigílias de angústias
e volutas de desejos.
Brinca e se fecha como uma flor noturna para acalentar
o desconhecido.
Joga, se opõe, germina em terra dura, enquanto a vida
escorre pelos cantos e os segundos destilam pressa.
Mora em ti na ilusão de querer sem questionamentos.
Livre, sem precisar de muros, grades, arame farpado,
só deseja mutilar-se.
Seu fruto traz as sementes que sincronizam
todos os elementos.
Sem distinções, nos faz idênticos.
Eternos aprendizes sem direito de amar.
como dois animais
Nada é como devia ser.
Bravo amor que corrói.
Sentimentos desiguais,
que não conseguem conviver em paz.
Às vezes só o amor não basta.
Às vezes ser bom não é suficiente.
Quando o sentir fica em segundo plano.
E as superficialidades se aprofundam,
em amanheceres repletos de segredos.
Desconfianças afoitas ferem e mutilam.
De tanto ir do céu ao inferno num instante,
exausto de tentar,
desejaria nunca ter te conhecido.
o que importa é a essência
Não queira ser o que não é.
Não inveje sequer a formosura alheia.
Pois o que importa é a essência.
Nenhuma beleza se sustenta além do tempo.
Mas o que vai por dentro, sim.
Não queira ser como a rosa,
que impera bela e radiosa enquanto no jardim.
Mas quando posta num vaso,
logo murcha e morre.
E como tudo na vida,
é jogada fora.
o quanto sei de mim Faço do meu papel o sonho de um desditado. Cavalgo unicórnios a passos lentos, para que o go...