terça-feira, 14 de fevereiro de 2023



                  sem direito de errar





Não se iluda, o amor é a maior das enganações.

É lindo enquanto dura, mas se desfigura ao longo do tempo.

Inebria e lacera com sua linguagem de cantos

e de guerras.

Para que o escutes, adelga-se em vigílias de angústias 

e volutas de desejos.

Brinca e se fecha como uma flor noturna para acalentar 

o desconhecido.

Joga, se opõe, germina em terra dura, enquanto a vida

escorre pelos cantos e os segundos destilam pressa.

Mora em ti na ilusão de querer sem questionamentos.

Livre, sem precisar de muros, grades, arame farpado,

só deseja mutilar-se.

Seu fruto traz as sementes que sincronizam 

todos os elementos.

Sem distinções, nos faz idênticos.

Eternos aprendizes sem direito de amar.











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