Dois anos hoje que ela se foi. Saudade eterna, minha mãe
sábado, 8 de fevereiro de 2020
entre Jônia e Nise *
Ok, estou ciente. Não sou o amor da vida dela.
"Gosto de ti, mas não te amo", disse-me ela
"Gosto de ti, mas não te amo", disse-me ela
ainda outro dia, como se eu já não soubesse.
Mas o que isso importa, afinal ?
Tê-la eventualmente em meus braços,
Mas o que isso importa, afinal ?
Tê-la eventualmente em meus braços,
como uma puta qualquer, já me satisfaz.
Amar ou não, tanto faz.
Já tive quem me fez acreditar no amor incondicional,
e quebrei a cara.
Quando acabou, nem respeito restou.
O que desfruto agora pode não ser o ideal,
mas, ora,
o ideal não existe.
Entrega, fidelidade, cumplicidade,
são coisas circunstanciais, o que hoje se tem,
Amar ou não, tanto faz.
Já tive quem me fez acreditar no amor incondicional,
e quebrei a cara.
Quando acabou, nem respeito restou.
O que desfruto agora pode não ser o ideal,
mas, ora,
o ideal não existe.
Entrega, fidelidade, cumplicidade,
são coisas circunstanciais, o que hoje se tem,
amanhã não tem mais.
Melhor curtir os bons momentos, lapsos no tempo,
Melhor curtir os bons momentos, lapsos no tempo,
ser feliz como puder,
sem a cangalha do amor.
Entre Jônia e Nice, ficar com as duas.
* Título em alusão ao célebre poema de Alvarenga Peixoto (1744-1792)
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
vate
Há dois tipos de ex-amores :
aquele que marcou
e acabou à contragosto;
e o que foi sem nunca ter sido,
que definhou,
e nem saudades deixou.
Desnecessário dizer
que do primeiro,
de ternas lembranças,
jamais se esquece;
ao passo que o outro,
é o tipo da perda
em que só se tem a ganhar.
Distingui-los no nascedouro,
eis o vate.
Livrar-se do amor onde reina a falsidade,
e valorizar aquele que resiste
à toda sorte de adversidade.
(con)sentimentos
Quantas coisas acontecem sem a gente querer,
e parecem não fazer sentido,
às vezes injustas, falta de sorte.
Quase sempre, porém, não mais
do que a somatória de nossos atos.
Pois como bem disse Ghandi,
não conseguir o que se quer,
às vezes é a maior sorte !
Sempre é tempo de viver.
O tempo irreversível nos excede.
Como usa-lo, é a questão.
Quase sempre nos sentimos pequenos
à espera de acontecimentos maiores.
A oferenda que sacia a fome
é desproporcional a gula.
Em estiolado esforço, quase tudo
o que queremos nos é negado.
Virtudes nos faltam, algo
sempre nos pesa.
Um dia descobrimos que nem era dor
aquilo que doía.
À força de ver, o que não é duradouro
deixa de ser nobre.
Quando tudo se transforma em terra arrasada,
dir-se-ia que os melhores dias
foram perdidos,
em troca das coisas mais ordinárias e humanas.
Mas também excepcionais.
Em face da liberdade roubada ao tempo,
desfrutar de todos os (con)sentimentos,
viajando através da carne.
Calar e escutar.
Cegos, autônomos, escravos.
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