sexta-feira, 4 de setembro de 2020



 









                      anti-prosápia 


Ah, esses meus versos toscos 

sem estilo 

sem estofo 

cheirando a mofo. 






                  cinderela perdeu a hora




 
 

Ela chegou no começo da noite,

toda bela, 

sexy, 

arrasando.

De manhã, olhei para o lado,

                              que susto !

Tinha uma estranha 

na minha cama.

Cinderela perdeu a hora...



quinta-feira, 3 de setembro de 2020


                              matar a vida



              


Viver em frente ao computador. 

Pendurado no smarthphone. Viciado em games.  

Usuário de drogas.

Sedentário.

Anabolizado.

Imbecilizado. 

Abduzido pelas redes sociais.

Lives, streaming, o mundo desabando em volta

e tudo bem.

Tudo vago e muito vário.


Tudo tem seu preço.

Verdades já não importam.

Ser verdadeiro muito menos.

A quem interessa o que você sente ?

Somos rapidamente esquecidos,

com um simples bloqueio no zap.

Eis o que mais dói na existência vazia.

Sentir-se usado e descartado.

Vontade de voltar no tempo.

O que fazer

com esse sentimento de pura perda,

"um flash back dentro de um flash back",

como verseja o iconoclasta Leminski ?

Matar a vida, se a vida já está morta ?  




  

 

                                           cultura inútil





Escaravelho, astrolábio, 

a trompa de falópio,

a baixa da égua...

Não faço nem ideia do que seja,

entre tantas coisas que não sei,

e nem faço questão,

de conhecimento inútil

já estou cheio.
















 

 


                                                 migalhas







A gente se machuca tanto na vida

sem se dar conta que, na maioria das vezes,

somos nós mesmos 

que mais nos machucamos.

Fazendo o que não deve.

Amando quem não merece.

Se doando para quem não reconhece.


Já tive sonhos, ambições, 

me iludi com muita coisa, 

como todo mundo.

Hoje me contento com as migalhas que a vida 

me dá.

Com o inevitável toma-lá-dá-cá.

É pegar ou largar

essa vida vulgar,

em que não posso mais

nem sonhar.











                                        a cura




A cura nunca é fácil. 

A gente sofre, chora, se desespera, 

dá vontade até de se matar. 

Mas um dia passa.

E quando cura, cura. 

A ponto de não mais pensar, não querer ver 

a cara da pessoa.

Pois é, receio que o meu caso não tem cura.

Continuar pensando no que não têm volta, beira à loucura. 












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