segunda-feira, 21 de setembro de 2020



                             caleidoscópio





Abrir precedentes é sempre perigoso.

Vai que se torne norma.


                     Há coisas que não têm volta.

                     Ainda bem.


A dona de casa que se queixa da vida

doméstica, não sabe como a vida lá fora é suja.


                       Até o que vai de mal a pior

                       um dia acaba. O duro é a espera.


O casamento só é satisfatório enquanto há sexo.

O que torna o adultério não só uma necessidade,

como profilático.


Não é à toa que o casamento só tem chance 

de dar certo quando o amor se transforma em amizade. 

O amor só atrapalha, é possessivo, impulsivo, 

sufocante, 

e como tudo que demanda muita energia, 

um dia acaba.

Que é quando se transforma em amizade, 

companheirismo, 

ou vai para as cucuias.

             

              Por estas e outras, vai chegar o dia 

              em que o corno será invejado.


Nunca pensei que sentiria tanto a falta

daquela vadia.  Não dá para

chupar o próprio pau, né?


                            Não me entendam mal. 

                            Não me entender já é o suficiente.


Não me queiram mal. 

Ser ignorado já é o bastante.


            Não me entendam mal

            Quando falo de solidão

            Das desilusões amorosas 

            Da ingratidão das pessoas

            Não significa que me afete.

            Já foi o tempo.

            E o tempo, como se sabe

            Se não mata, aleija. 

            Ou cura.


Eu sempre soube, estou até conformado

Que meu coração não é confiável

Parece mais um caleidoscópio

Sempre vê tudo deformado.





       







                  


                            luz e escuridão





Cantar o lado obscuro da vida 

não tem graça. 

No entanto, a miséria, a maldade, 

a escória humana, são majoritários, como ignorar ?

Quem se salva ?


Há pessoas boas, é claro,

mas só até certo ponto.

Todos têm seus limites. Limitações.

Não há quem não fraqueje.

Os piores são justamente os que fingem integridade, 

posam de correta, de palmatória do mundo. 

São eles que puxam teu tapete, 

te apunhalam pelas costas.


Tinha comigo que nada poderia ser mais nobre

que o amor de mãe.

Até ser mais uma vítima da alienação parental.

O que pode haver de mais sórdido

do que uma mãe 

que não mede esforços para

jogar o filho contra o pai ?


Não, cantar o lado obscuro da vida

não tem a menor graça. 

Mas é preciso ter consciência dela.

"Ninguém se ilumina imaginando

figuras de luz, 

mas se conscientizando da escuridão."

(Carl Jung)








domingo, 20 de setembro de 2020


 

 








 




  




 

 





                          

              hipocrisia para dar a vender





Filho da puta, puto, corno, 

vai a puta que o pariu, tudo isso pode,

tá liberado.

Já chamar a mina de gostosa, 

o boiola de veado, o negão 

de negão, dá o maior bode.

Com direito a exposição nas redes sociais

e tudo mais.

Em suma, hipocrisia para dar a vender.









 


                                






No começo está o fim, no fim está o começo,

já dizia o poeta Eliot.

O prazeroso e o tormento trocando de lado.

Amor e ódio se contrapondo.

Do idílio à alienação parental,

a via crucis do amor.



sábado, 19 de setembro de 2020




Aqui dentro

só tem o

que não cabe.


Levar a vida que falta,

sem saber qual é.


Bençãos e desgraças. 

É assim que a vida começa e termina.


É fácil estragar as coisas.

Difícil é substitui-las por coisa melhor.






 







O homem público não tem coração.

Teme parecer fraco, humano.

Prefere a fama de ladrão.


O ideal seria constar na Constituição :

tudo que é feito de coração, 

está perdoado de antemão.


O problema de ser honesto, íntegro,

é ser desacreditado pela grande maioria

que não é. Como o Moro, por exemplo,

a grande reserva moral do país defenestrado

por aqueles que se veem contrariados, ameaçados,

diminuídos. 


Pior que a pobreza material é a pobreza moral. 

A primeira é remediável, a outra irredimível. 




 



  



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