sábado, 7 de novembro de 2020

 


                                                           meus sentimentos

 



Onde eu gostaria de estar, não posso.

O que eu gostaria de fazer, não deixam.

Mas pouco importa.

Aprendi a lidar com as perdas.

O que eu tenho me basta. 

E não é pouco.

A beleza das coisas simples.

E a afeição dos que (se) importam.





 


 

                                 memórias roubadas





O que eu não daria

pela memória

de te ouvir dizendo

que te enganastes.

Que te arrependes.

E que ainda me amas.

Ver-te estender a mão, à

a sonhada reconciliação.

Ah, laboriosa mente, 

que entesoura o que o tempo

me roubou.




  


 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020





A gente pode abandonar os desejos, 

mas os desejos nunca abandonam a gente.


            A vida não me deu tudo o que pedi,

            mas me deu muito mais do que mereci.


Sentir-se só

em meio a tanta gente.

Bem-vindo ao mundo virtual.






              






            



                            O PÊNDULO





Pouco nos importa o fado alheio.

Ainda que de "breves sortes e penas sem fim".

São problemas dos outros, danem-se !

No inclemente tempo que tudo corrói, ignoramos

A implacável lei de causas e efeitos 

Que a tudo rege. 

Nos simulacros da vida embutidos,

A visão do austero espelho,

Os pequenos milagres do cotidiano.

A noite infinita.

As vigílias e as desditas.

O plano incompreensível dos geômetras.

O mar.

As ondas.

Os jardins.

Os livros.

Os ancestrais.

Nas infinitas ramificações da existência,

as fábulas,

as metáforas

que nos conectam 

as duas faces opostas de Jano.

Ao mundo de ferro e magia

que não entendemos.

Ao perpétuo pêndulo dos sentimentos

que nos governa.





 


terça-feira, 3 de novembro de 2020



                    O TROCO




O que pode o amor

diante da cruel indiferença,

se não consegue sequer dar o troco

na mesma moeda ?

Eludido, talvez diáfano, 

em que procura quem já não

o procura.

Anterior ao tempo que se fez

ausente.

Longe de mim qualquer revide.

Pouco importam as troças, o menosprezo.

Não serei indigno de um passado

tão ditoso.

De tão deprimente desfecho

não compartilharei.




                                  a lei do retorno





No fundo, a única questão existencial e filosófica

relevante

é a dor.

Todo o resto, é resto.

Supera-se.

Já a dor é permanente,

atormenta, tortura,

inferniza.

A curto, médio e longo prazo. 

Física ou mentalmente.

E o que é pior : compulsoriamente.

Ninguém escapa daquilo para o que 

não há antídoto,

remédio, vacina.

Independentemente de cuidados, idade,

o máximo que se pode fazer é prevenir,

retardar.

No mais, quase sempre, é tudo uma questão

de sorte, destino, carma.


Em meio as mais variadas teorias,

eu apostaria na chamada lei do retorno.

Na Justa Lei Máxima da Natureza.

Segundo a qual, por cortesia dos deuses,

os bons e os justos sofrem menos.

No mínimo, é um bom motivo para sermos

menos escrotos.








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