quarta-feira, 4 de novembro de 2020



                            O PÊNDULO





Pouco nos importa o fado alheio.

Ainda que de "breves sortes e penas sem fim".

São problemas dos outros, danem-se !

No inclemente tempo que tudo corrói, ignoramos

A implacável lei de causas e efeitos 

Que a tudo rege. 

Nos simulacros da vida embutidos,

A visão do austero espelho,

Os pequenos milagres do cotidiano.

A noite infinita.

As vigílias e as desditas.

O plano incompreensível dos geômetras.

O mar.

As ondas.

Os jardins.

Os livros.

Os ancestrais.

Nas infinitas ramificações da existência,

as fábulas,

as metáforas

que nos conectam 

as duas faces opostas de Jano.

Ao mundo de ferro e magia

que não entendemos.

Ao perpétuo pêndulo dos sentimentos

que nos governa.





 


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