quarta-feira, 27 de janeiro de 2021


                                                              o pacto





A magia dos meus dias

era a tua companhia.

Era a luz que irradiavas. 

Sem qual a vida se tornou

fria e vazia.

Sem a qual murchamos.

Sim, porque a luz 

que te fazia especial, 

ao se apagar, 

fez tudo sumir,

como um pacto de amor e morte

que se cumpriu.










                                    velho cão





Anoitece. 

Olho por olho, o rictus sem fim 

do implacável tempo.

Outro dia sem viço.

Pueril e mercantil.

Em que "só me encontro quando de mim fujo."


Cada passo me leva à elisão da alma.

Já não creio nas mitologias do tempo.

O que ficou para trás

é o meu templo de oquidão.

Anfitrião da minha desdita, o indesejado tálamo 

da morte me espreita.

Me afaga, como a um velho cão 

que se deita para morrer.



 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021




                           FRUTA MADURA



 

                            Creia, nada é de graça. Quando é, 

                            é como fruta madura na beira da estrada : 

                            ou tá bichada ou tem marimbondo no pé.

         


Amor não têm volta.

Vai sempre pelo caminho mais difícil.

Como tudo que demora,

acaba perdendo a hora.

  



              Passei do tempo de ser feliz.

                           Cansei de ser aprendiz.


Oramos a Deus, mas é o diabo que nos escuta. 


                  Felizes as pedras que nunca foram

                  senão pedras.


Passei a vida fazendo besteira, e ainda assim

nada me derrubou.

Fui amado mais do que mereci.

Nunca consegui juntar dinheiro, e mesmo assim

nada me faltou.

Do quê iria reclamar agora, 

quando nada me faz falta ?

Nada que já não tenha tido seu tempo. 









 




 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021


                         

                             belo e desesperado                                     

                   

O amor. 

Chega e passa como um temporal

que tudo arrasta.

Belo e desesperado, fiel a sua 

nômade natureza. 

O coração pequeno se inflama em sua pungente pressa.

Os torvelinhos da vida entorpecem 

e nos arremessam aos charcos mais infectos.

Não, o amor não vale a pena.

Esse amor que suga e mata a sede

com vinagre. 

Que abre crateras na alma desavisada e se nutre 

do que temos de melhor,  

Até denegrir tudo aquilo que um dia foi. 

E nada mais reste 

senão

o clangor da carne insatisfeita.


  


 

 

domingo, 17 de janeiro de 2021




Quero a memória bem viva

para lembrar que na minha vida

a beleza e a doçura

venceram a amargura.



 
 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021



As pessoas hesitam menos em se voltar contra

aos que amam,

do que contra aos que temem. 

(O Príncipe/Maquiavel)



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