quinta-feira, 21 de janeiro de 2021


                         

                             belo e desesperado                                     

                   

O amor. 

Chega e passa como um temporal

que tudo arrasta.

Belo e desesperado, fiel a sua 

nômade natureza. 

O coração pequeno se inflama em sua pungente pressa.

Os torvelinhos da vida entorpecem 

e nos arremessam aos charcos mais infectos.

Não, o amor não vale a pena.

Esse amor que suga e mata a sede

com vinagre. 

Que abre crateras na alma desavisada e se nutre 

do que temos de melhor,  

Até denegrir tudo aquilo que um dia foi. 

E nada mais reste 

senão

o clangor da carne insatisfeita.


  


 

 

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