velho cão
Anoitece.
Olho por olho, o rictus sem fim
do implacável tempo.
Outro dia sem viço.
Pueril e mercantil.
Em que "só me encontro quando de mim fujo."
Cada passo me leva à elisão da alma.
Já não creio nas mitologias do tempo.
O que ficou para trás
é o meu templo de oquidão.
Anfitrião da minha desdita, o indesejado tálamo
da morte me espreita.
Me afaga, como a um velho cão
que se deita para morrer.
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