quarta-feira, 16 de junho de 2021



                  vida de burguês




Restaurantes dizem muito sobre as pessoas.

É o palco preferido daqueles burgueses espalhafatosos

e empavonados, 

que adoram chamar a atenção,

ao lado das respectivas damas

normalmente super-maquiadas e trajando modelitos apertados,

para disfarçar a flacidez.

Falam alto, riem de qualquer besteira, 

e não tardam em ficar "meio altos" e inconvenientes, 

constrangendo os demais presentes com seus

modos grosseiros. 

Refestelados, palitam os dentes e arrotam sem qualquer

cerimônia, ao mesmo tempo que cumprimentam

efusivamente um ou outro conhecido.

Já em casa, empanturrados e sonolentos, esses burgueses

desabam na cama e apagam, 

enquanto as digníssimas esposas

se masturbam pensando no Cauã Reymond. 




* Inspirado no poema "Guardanapo na Boca", de Maria Leonor Corrêa da Silva.











Há gente de tudo que é jeito.

De todos os gêneros.

Sobretudo, parvos e chatos.


 




O último circo acabou.

Concorrência desleal

da vida real.


 




Todo santo dia

más notícias abundam.

Como se a vida nos desse

um pé na bunda.


 




Tão claro

o luar lá fora

que não estranharia ver

um lobisomem.


 




              poemeto



Saiba dar

Saiba sentir

Saiba retribuir

Saiba viver... 






                      dilemas



Não sei se quero o amor que tive

ou o que me falta. 


              Como ser hétero e monogâmico,

              o eterno dilema.


Sou rebelde, sim.

Me recuso a envelhecer.


            De que adianta ser inteligente, culto, instruído,

            se o interlocutor é burro ?


          

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