sábado, 18 de setembro de 2021

                                           

                                           nunca é tarde para sofrer





Qualquer situação requer uma solução.

Elucubração mental.

Ora, tudo começa pelo kick-off, fazer o primeiro

movimento.

Nada mais desgastante que a hesitação.

Como dizem os gurus da autoajuda, sem correr riscos 

nada se consegue.

Fatalidade é ser absolutamente honesto.

Dentes trincados, deuses intrincados, estão por toda parte.

Almas de silicone, sexo precificado, grana fácil.

O sono dos injustos sonha acordado.

Quem nunca deu um "escapulida" que atire 

a primeira pedra. 

Anjos exaustos nos deixam à revelia.

A precária existência é de espelhos e labirintos borgeanos.

Mas sobrevivemos, em meio a inquietude sofreada.

Hoje, o riso, o folguedo.

Amanhã, o câncer.

Não há tempo à perder. 

Nunca é tarde para sofrer. 

  

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

                             

                              amor morno





Amor morno,

requenta no forno.

Sem tesão, faça-se o favor

de assar a solução.




 




Eis o magnificat :

a Deus o que é de Deus

e ao homem o álibi perfeito.



 




No fundo, convenhamos, 

família só serve 

para encher o saco,

tirar retrato

e fazer barraco.






quarta-feira, 15 de setembro de 2021


                       a coisificação das coisas




Tudo se insere na coisificação das coisas.


            Nada mais vivo que a morte, que ninguém pode matar.


Feitos um para o outro, até que a vida os separe. 


               As palavras estão gastas.

               Os esforços, tardos.

               Urge que se reforme o mundo.

               Começando pelas leis divinas

               Que rebaixa os humildes 

               E exalta os poderosos.



                            








               


 



                       a lógica da sarjeta





Vivemos sob a lógica da sarjeta.

Sob a égide do mundo digital.

De valores vagando ao léu.

Algozes e vítimas de desejos deletérios.

Como ratos que devoram as própria entranhas.


A sensação simultânea de céu e abismo

nos consome.

Máscaras anêmicas escondem os medos

que entretecem a insípida vida.

Miragens consentidas enxugam o suor dos muros.

A retórica dos ventos nos leva além da dor.

Além do entendimento que se quis reter.

Enquanto os dias algemados à memória

esculpem párias e pústulas.



 




É bom ouvir o silêncio.

Nascido da inutilidade de expressar-se.

É por onde começa o entendimento.





 

Postagem em destaque

                            a noite eterna a noite eterna chega devagar a vida passa devagar até tudo passar e você de repente acordar sozin...