no fim das contas, todo esforço resultou inútil
em sendo lidar
com o problema, o problema.
ligar a chave de ignição
dar a partida
contíguo
ao atrito contínuo.
incluindo encarar a fera.
proibindo-se de falar, etc, etc
coração casca grossa
cabedal intransigente dos meus desatinos,
gravita entre o que eu sou e o que poderia
ter sido,
permeado de malogros e abandonos
como um barco encalhado.
Não obstante nada ter a lamentar nem a temer,
a vida tornou-se para mim um exaustivo escambo
com a consciência.
Que me guia como um farol sem luz.
Quantas vezes não fui, para poder te entender.
Quantas vezes ignorei, para poder te aceitar.
Porque no fundo, somos iguais.
Nossa paz interior brinca de atormentar-se.
Nem sei mais que gozo é este que de desengano
em desengano se esvai.
Pedaços de mim ficaram pelo caminho, eludindo
a carência que se amacia quase envelhecida.
A fugacidade das coisas ama os conflitos,
quando o simples querer não pode
ir além do permitido.
Teu modo de agir e pensar retribui o amor
com ingratidão.
Mas para tudo há limites.
Até mesmo para um coração casca grossa.
pé na bunda
Nada mais difícil do que desistir
de quem se ama.
Mas às vezes é necessário.
Quando a pessoa é tóxica, mau caráter,
narcisista.
Há amores que não valem a pena.
A maioria, diria.
Pois exigem muito mais que entregam.
Se afundam em seu próprio abismo.
Se aconchegam no tumulto que provocam.
Se revelam quando as diferenças e questões
mundanas afloram.
Não há afeto que resista a maus tratos.
Quem maltrata é porque não ama.
Quem não (se)valoriza merece o chamado
pé na bunda.
o que é bom, é bom A vida leva tudo de roldão Nada se detém, nada se retém O que vale é viver o momento Não importa o...