sábado, 1 de julho de 2017




                        FANTOCHES TOGADOS




De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo. O conhecido axioma da impagável cartilha de Murfhy parece ter sido inspirado no Brasil. E mais especificamente, nos três poderes constituídos que governam e regem os destinos do país. Digo governam e regem como força de expressão, pois a realidade é que se há algo que essa casta de ratazanas encastelada no poder está longe de fazer, é governar e reger. 
Há anos, quiçá décadas, que a principal ocupação na capital mundial da corrupção e promiscuidade tem sido, engendrar e escamotear os mais variados esquemas de rapinagem lesa-pátria que se possa imaginar. Governar e reger só na base do faz de conta.

Os poucos imbuídos de bons propósitos acabam sendo levados de roldão pela maioria de cleptomaníacos que se perpetuam e se locupletam no poder. Um círculo vicioso que se mantém graças, em parte, a leniência de leis elaboradas em causa própria, mas, sobretudo, pela boa fé, para não dizer ignorância, de parte substancial da população. Que mesmo ludibriada e saqueada, segue defendendo e idolatrando os responsáveis pela sangria desatada que inviabiliza e envergonha o país. 

Sim, pois se protestar contra um governo ilegítimo e igualmente corrupto faz todo o sentido, fazer disso um pretexto para desagravar, ou pior ainda, clamar pela volta de Lula e da praga do petismo, é uma dessas aberrações que sepultam qualquer crença e esperança num possível amadurecimento do país.

Ainda mais que a parte sadia da sociedade, por assim dizer, se limita a assistir passivamente a resiliência com que as forças do mal aos poucos começam a minar as duras, sofridas e heroicas conquistas da Lava-Jato do paladino juiz Sérgio Moro.

Mais do que chocante, é revoltante constatar a diferença de postura de magistrados que em tese, deveriam servir ao mesmo propósito de fazer justiça. Mas não a justiça marota das deliberações claramente dúbias e cavilosas, disfarçadas na retórica empolada e confusa que nos habituamos ouvir, notadamente dos notórios Gilmar Mendes e Marco Aurélio Melo. Juízes execrados pela opinião pública pelo retrospecto de decisões questionáveis, quando não no aspecto legal, no âmbito da decência e moralidade.

Que chegam a causar asco pelo descaso para com o chamado clamor popular. Voz que a própria presidente da Suprema Corte, Cármen Lúcia, exortou, em meio às últimas burlescas sessões, que não fosse ignorada pela casa que preside. Mas para o qual os notórios chicaneiros Marco Aurélio, Mendes e o próprio Fachin - que autorizou o homem da mala Loures a trocar o xadrez pelo conforto da prisão domiciliar  -, demonstram estar pouco cagando.

Personagens, enfim, que diferentemente do paranaense Moro, passam para a história como verdadeiros fantoches transvestidos de juízes.        

quinta-feira, 22 de junho de 2017



                BOCAGE, ME ACUDA !






As coisas belas que gostaria de cantar,  sinto dizer, 
não me ocorrem, não me animo a compartilhar.  
Pois por mais que tente e me ponha a pensar
São tantas as mazelas que não há como ignorar.

Infames crimes de lesa-pátria ferem a nação
Jorram e fedem como esgoto a céu aberto
Emanadas de homens públicos que por décadas 
legislam em causa própria e desdenham da população.

Milhões de desempregados num país lesado 
à mercê de um bando de trambiqueiros e vendilhões
que fazem o que bem entendem e debocham da justiça.

Milhões de desenganados por lideranças 
e formadores de opinião que não passam de rufiões, 
vou cantar o quê ? Cantar para quê ? 
Bocage, me acuda !






domingo, 11 de junho de 2017

                          
                        COMPOSTURA ÀS FAVAS






Quanto mais eu penso, mais me convenço da inutilidade
da fruição intelectiva, estética e não modificante do visionarismo vulnerável à inabdicada independência e severa lucidez da peroração oculta e presciente. Previsionais e simbólicas, nada me acrescenta o equívoco das aparências estoica e irreprimivelmente aventadas na contemplação onírica e refratária que o metaforismo espaventoso oblitera.  
Da mesma forma, aporrinha-me a ociosidade de especular sobre a profusa possibilidade de contradições e malabarismos provenientes da formulação de premissas cuja fixidez dificulta qualquer interpretação comodamente garantida e certa, e onde a chocarrice e a pseudo-complexidade da ideação abrem banca ao sensacionalismo lato e contemporizador que rege as teorias das abstrações recidivas e recalcitrantes.      
Razão pela qual, contrapõem-se a tal raciocínio toda a comparticipação, comunhão ou entendimento possíveis e meramente protocolares e dispensáveis, na medida que inevitáveis e alheias a sua referenciação coercitiva. 

Quanto mais eu penso, mais me convenço da estultície de questionamentos sobre generalidades que aceitamos como evidentes e seguras para contestar os desdobramentos ideologicamente combatidos e de multiforme representação.
Isso que, por mais que o objetivo que se pretenda e se consiga, mercê do esforço de juízo que permeie o livre-arbítrio, este não pode nem deve ser preconcebido nem fixo.  Impõe-se, isso sim, a necessária e útil exegese do exercício vivo de a exprimir, como ato determinante e decisivo que liga o criador a sua obra, emulada em breves abstrações de perspectivas e hipóteses que levam até o limite do intersecionismo transcendental.

Tudo bem que perfazendo-se, dentro da existência do indivíduo, que os foi a todos a ilusão de uma suficiente diversificação autônoma, e cuja conclusão, irrefutável e certa,  é o suporte de uma pluralidade de monólogos com suficiente imagística diferenciadora, negando-se assim viabilidade até para si próprio e sua dúvida.
Fica-nos, portanto, o consentido direito à devassa pública, o artificialismo do processo inútil - quem sabe, afinal ?,-  da própria banalidade e a compreensão de certo tipo de mentores decretadores de juízos absolutos aqui desmentidos. 
Com as ideias assim dispostas - e não obstante a vacuidade e higidez de um ideário crispado pela própria irrelevância da opinião pública -, só resta concluir que qualquer decifração minimamente lúcida, há de associar o cenário burlesco vigente no país aos proficientes membros da Suprem Corte tupiniquim. Cujas intervenções, pareceres e sentenças nem sempre correspondem aos anseios por justiça e moralização acalentados pela população.

Porque vamos e venhamos, agora no jargão popular : é preciso ser muito escroto para livrar a cara dos bandidos que roubam e zombam do país, escudados por salvaguardas e manobras de bastidores espúrias e inaceitáveis.        
Ou seja, retórica à parte e compostura às favas, estamos fodidos e mal-pagos. 
























sábado, 10 de junho de 2017

                                 CADÊ A BULA ?


                                                   
O que é pior : deixar de se importar
ou deixar de ser importante?
Deixar de amar ou de ser amado ?
Deixar ficar ou deixar de ficar ?

O que é melhor : ser bom ou ser justo ?
Ser realista ou sincero ?
Ser politicamente correto ou coerente consigo próprio ?

O que é mais fácil : fazer o certo ou o mais cômodo ?
Mentir por uma boa causa ou botar o dedo na ferida ?
Criticar ou compreender ?

O que contribuí mais para nossa felicidade : o bolso ou
a imaginação ? 
A dimensão objetiva da posse material ou 
a dádiva intangível da fantasia ?
A noção de que tudo teu seu preço 
ou a fé cega de poder domar o curso natural das coisas ?

O que é mais tolo :  esperar por reconhecimento e gratidão ou acreditar em afeição desinteressada ?
Confiar cegamente ou ignorar o óbvio ululante ? 
Perdoar incondicionalmente ou fazer vistas grossas   ?

O que é mais certo :  investir tudo em nossas
discutíveis aptidões e sabedoria ou 
deixar o barco correr ?
Ser feliz por fazer ou
em paz ao deixar de fazer  ?
Saber de tudo e sofrer ou 
ignorar e viver ?

Saber ou não saber, ser ou não ser,  
não sei, 
ninguém sabe.
Deus quando fez o mundo
esqueceu de fazer a bula.




 



















  






quinta-feira, 8 de junho de 2017


                                   






Um vício : amar muito
Um defeito : amar incondicionalmente
Uma virtude : amar sempre
Um arrependimento : não ter amado 
o suficiente
Um medo : deixar de amar
Um sonho : amar e ser amado...

quarta-feira, 7 de junho de 2017



                                 COISINHA À TOA





Quem eu antes fazia questão de ver
Não via a hora de encontrar
Que não me saía do pensamento
Que me fazia bem só em imaginar
Que a minha espera poderia estar
Que a minha falta poderia sentir
Como a dela, sentia.

Quem antes não me saia da cabeça
Me fazia feliz mesmo quando ausente
Só de lembrar dos momentos felizes
Tão únicos e especiais
Que até custo a crer que os tenha vivido

Quem antes era tudo para mim
E para quem, quero crer, a recíproca era verdadeira
Alguém em cuja companhia, não precisava 
de mais ninguém
Não sentia falta de nada
Tal o prazer, a cumplicidade que nos unia

Quem antes, em suma, me provia de tudo
A esperança, a fé em dias melhores
Hoje se resume a realidade nua e crua
Do que a vida roubou da gente.
Coisinha à toa : tão somente tudo 
pelo qual valia a pena viver.



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