quinta-feira, 11 de julho de 2019



               nem alma, nem coração





Nada mais me pesa.
As lembranças já não fustigam.
Já não penso, nem sinto falta daquilo que
afinal, nem compartilhamos.
Os sentimentos...

Um ano se passou, e é como se tivesse renascido.
Livre de culpas e remorsos, nem tristeza sinto.
Não vale a pena.
Triste seria perder um grande amor.
A alma gêmea, uma vida plena.
Não foi o caso.

Não nos amamos o suficiente.
Da maneira certa, de peito aberto.
Nos entregamos de corpo, mas não de alma, 
muito menos de coração.





  






quarta-feira, 10 de julho de 2019




               a linguagem universal






Quantas coisas não enxergamos 
ao largo da vida.
Quase tudo.
Pois nada é o que parece.
Nada é do jeito que a gente pensa.
Vemos mas não enxergamos.

O que aprendemos nos habilita
meramente à sobreviver.
Às vezes nem isso.
Mas há que aprender.
Escrúpulos às favas, nos esmeramos
na arte de enganar.
Enganando e sendo enganados.
Esse é o jogo.

Na selva da vida, no amor,
as regras são as mesmas.
Rasteira, porrada, punhalada, 
eis a linguagem universal.
Honestidade de propósitos, 
pureza de sentimentos,
é para os incautos e otários.



domingo, 7 de julho de 2019



                   

                         consciência tranquila






Sempre ouvi dizer que o importante 
é ter a consciência tranquila. 
Fazer o bem, o certo, 
que no fim a vida recompensará.
Foi no que sempre acreditei. 
Mas já não tenho tanta certeza.

Vejo tanta injustiça, ingratidão, pessoas inescrupulosas 
e perversas se dando bem, 
que já não entendo mais nada.
O fato é que ser bom, justo, correto, 
é louvável, 
mas não garante nada 
no mundo louco em que vivemos. 
Nada além da tal consciência tranquila, 
que no fim das contas não enche a barriga.

Porque as pessoas só pensam em si, 
só te dão valor enquanto você for útil, 
atender as expectativas. 
Sem isso, o seu conceito muda, 
te voltam às costas, 
às vezes até te metem o pau, 
e tudo o que você fez é esquecido, não tem valor. 

Mas, quer saber ? Bem feito ! A culpa é sua.
Por não fazer as escolhas certas.
Ajudar quem não merece.
Enveredar por caminhos errados,
cometer erros que acabam falando mais alto.
Porque ter a consciência tranquila não basta.
Tem que deixar de ser burro !





















  









sábado, 6 de julho de 2019


                             jogar o jogo 






Nada mais fácil do que atribuir 
Defeitos às pessoas.
Apontar o dedo, julgar, condenar,
Como se também não tivéssemos 
Culpa no cartório. Coisas à esconder.

Claro, mais cômodo é transferir culpas,
Responsabilidades, posar de vítima, 
Fingir, dissimular, 
Jogar o jogo.
O jogo dos espertos, dos malandros,
Usurpadores, 
Como sempre foi, como sempre será.

Será essa a natureza humana ?
Vocação para o delito, a sacanagem ?
A mentira e a dissimulação à permear as relações ?
Tudo indica que sim.
Segredos e insatisfações sublimados por conveniência, interesses, auto-enganos.
Mas que um dia vêm à tona.

Pois não há farsa que para sempre dure.
E se durar, é porque ambos (se) merecem.










  











  












sexta-feira, 5 de julho de 2019



Existe o destino ou é tudo casualidade, um jogo, loteria, roleta russa ? Nunca saberemos. Mas há indícios, evidências, dicas que não podemos ignorar, sob pena de ficarmos eternamente pulando de galho em galho, cometendo os mesmos erros, e culpando a vida por coisas que são essencialmente culpa nossa.

Tudo está encadeado, eis a grande verdade. Basta observar em volta, as leis da natureza, do cosmo, do universo, tudo se ajusta, se complementa, porque seria diferente com a gente ? Ignoramos o óbvio, não conhecemos nosso lugar, aquilo que nos compete fazer, somos os únicos desajustados e rebeldes nesse grandioso contexto, e pagamos o preço. E arcamos com as consequências. Geralmente desastrosas.

Por bilhões de anos a natureza se fez e se refez até chegar a um estágio quase perfeito, que o último elo da grande corrente da existência - o ser humano - se empenha em dilapidar. Em busca de conforto, poder, prazer, não respeita limites, vive à burlar as próprias regras que criou para tornar o planeta habitável. E assim vamos, marchando inexoravelmente para o caos, do grande conflito que se avizinha. Quando ? Quando não houver comida nem água para todo mundo.   








quarta-feira, 3 de julho de 2019



                   vagas lembranças, terna saudade





Quando as razões e os por ques
Já não importarem,
E tudo finalmente se aquietar,
Um pouco por resignação,
Outro pouco por aceitação,
As lembranças serão apenas lembranças.
A saudade apenas saudade.

Vagas lembranças, terna saudade,
De algo que foi bom enquanto durou.
Que já não doa como algo perdido,
E sim como algo que foi descartado.
Como uma roupa usada,
Ou que não sirva mais.
Que talvez para outro possa servir.
Ou no fundo do armário esquecer,
Como se nunca houvera existido.

Pois, como tudo,
Um dia o amor acaba.
Não serve mais.
Teve seu tempo.
Se cumpriu ou não seu propósito, 
Tanto faz. Que descanse em paz.



segunda-feira, 1 de julho de 2019



               QUEM ME DERA




Ah, quem me dera ter 20 ou 30 anos menos,
para ter tempo de fazer tudo que gostaria.
Quem me dera encontrar a chave do teu coração,
que um dia, lá trás, jogaste fora,
para ninguém mais entrar.

Quem me dera desvendar os labirintos 
onde perdeste a capacidade de amar.
Para assim, conhecendo teus segredos, 
- não todos, mas os essenciais -,
poder ser teu parceiro e cúmplice
para o que der e vier.

Ah, quisera eu poder iluminar teu caminho,
te dar o meu carinho, 
sem medo de me machucar.
Poder reaprender a sentir
antigos e novos prazeres.
Caminhar de mãos dadas,
colher uma flor e por nos teus cabelos.
Deixar para trás a antiga bagagem.
Namorar, trocar juras de amor eterno,
essas doces bobagens.

Quisera, enfim, 
ter uma conta bancária polpuda,
para suprir teus desejos e caprichos.
Comprar teu corpo, o coração.
O amor puro e desinteressado,
que a falta de grana 
impede de florescer.














   


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