quinta-feira, 12 de setembro de 2019










                                  Dona Rita, 72 anos, profissão : descascadora de camarão. E ainda há quem reclame da vida.



                                O fiel da balança 






Não transija ao que a razão ordena.
Não ceda ao que o perdulário coração manda.
Posto que entre o que a razão ordena
e o coração manda, 
o fiel da balança é o senso da realidade.



quarta-feira, 11 de setembro de 2019



                     O QUE REALMENTE IMPORTA





Mais importante do que as coisas que se vê,
são as coisas que não se vê.

Mais importante do que as coisas que se vê,
é a forma de se ver.

Mais importante do que ver, é entender. Porque ver e não entender, é a treva.

Mais importante do que saber, é saber usar o saber. De quê adianta o saber e só fazer merda ?

Mais importante do que ter razão, é ter a humildade de reconhecer quando não tem. 

Mais importante do que o amor é o perdão. Amar qualquer um ama, perdoar de coração é para poucos. 












                                                Do nada, por nada







Há várias formas de gostar. 
De sentir. 
De apego.
Há formas e formas de amar.
Dentro do universo de cada um.
De como cada um reage.
Pensa, interage. 

Há quem faça tudo por amor.
Há quem não retribua.
Há os que se doam, os reclusos.
De coração frio, embrutecido, egoísta. 
Cada um ama de um jeito.
Não adianta cobrar.
Cada um dá o que têm.

Mesmo um filho pode te voltar às costas.
Do nada. Por nada. 
Amor imaturo, volúvel.
Um dia se dá conta do que perdeu,
do que sacrificou de bobeira.
Aí pode ser tarde. O estrago está feito,
Perdoa-se, 
mas as coisas nunca mais serão as mesmas.

Há várias formas de apego.
Todas sujeitas à desapego.
Às vezes do nada, por nada.
Simplesmente se desgosta.
Quando se perde o interesse.
O encanto.
Quando outros interesses falam mais alto.
Não esperar nada de ninguém é o ideal,
mas quem ama espera ser amado,
reciprocidade,
como fazer ?

O bom professor sabe que há questões
para as quais não há respostas.
Esta é uma delas.










terça-feira, 10 de setembro de 2019

  

          conto do vigário 




Não há salvo-conduto na porra da vida. 
Não há colher de chá, moleza, 
almoço grátis 
qualquer garantia de retribuição.  
No estridor das boas intenções, 
nada é certo, nada é garantido.
A não ser puxadas de tapete, 
bola nas costas. 
E de quem menos se espera.

Fazer as coisas direito, 
não depende só de nós. 
O que é certo para mim, 
não é suficiente para quem só vê o seu lado, 
o que lhe convém.
Para quem se acha credor, merecedor, 
sem fazer jus,
sem comparecer com a mínima contra-partida.

Ora, a vida é uma via de duas mãos, 
escambo, um toma-lá-dá-cá. 
Há que haver reciprocidade.
Ou alguém toma no cu.
Ninguém é trouxa para sempre.
Mesmo quando se ama, há um limite para tudo.
Porque as pessoas acabam abusando.
Confundem bondade com tibieza.
Chantageiam, exploram a boa fé,
o sentimento de culpa alheio.

O amor fragiliza,  
nos torna reféns de sentimentos 
nem sempre correspondidos, sinceros.
No entanto, amamos. Acreditamos.
Pagamos para ver.
Pois o coração assim o pede.
Assim o exige.
Se contenta com pouco.
Apanha, sofre, mas não desiste.
Chega a ser de uma burrice atroz.
Quando se deixa enganar, manipular.
Quando não vê que o amor,
em suas diversas versões,
é o maior conto do vigário que há.





































                a criatura e a cloaca


Uma árvore vale mais do que um ser humano.
Por vários motivos, mas, principalmente,
porque não faz mal a ninguém.
Só faz o bem. Tem mil e uma utilidades. 
Dá sombra, frutos, purifica o ar.
Às vezes lhe cai algum galho, espalha folhas secas
pelas calçadas,
o que não chega a ser um transtorno, 
em sendo material orgânico que a natureza reabsorve. 

Uma pedra vale mais do que um ser humano.
Por vários motivos, mas, principalmente,
porque não faz mal a ninguém.
Não prejudica. Não danifica, 
tem mil e uma utilidades.
Às vezes causa algum estrago, quando rola morro abaixo,
ou alguém usa como arma, como o folgado
que acertou o gigante Golias com uma funda.
Muito pouco para ser considerada uma ameaça.

Qualquer animal, qualquer inseto, verme, parasita,
bactéria, vírus,
vale mais do que um ser humano.
Por vários motivos, mas, principalmente,
porque não tem maldade. Mesmo às vezes letais,
fazem o que fazem por instinto, apenas cumprem 
o seu papel na Criação.
Que como se sabe, é perfeita.
Ou quase.
Não fosse a criatura que destrói e mata por prazer,
que suja, polui, explora, 
isso quando não aniquila, usa ou  domestica as outras especies.
E como se não bastasse, 
mente, deturpa, sacaneia, rouba, prevarica, faz do planeta 
uma grande cloaca, 
sem respeitar nada nem ninguém.
Que de humano, pouco ou quase nada têm. 





























   

domingo, 8 de setembro de 2019

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