segunda-feira, 29 de maio de 2017

                                   FREUD EXPLICA





A vida não gosta de calmaria. Sossego, tranquilidade, só a dos cemitérios. Embora a paz seja um bem almejado por todos,  o espírito beligerante e destrutivo do ser humano, conspira, mesmo inconscientemente, contra viver em harmonia, pacificamente.

A turbulenta história da humanidade mostra que não nascemos para ser felizes. A verdade é que não estamos aqui para cruzarmos incólumes pelos inúmeros obstáculos que a vida nos interpõem. Antes mesmo de desembarcarmos nesse mundo hostil, a primeira grande batalha começa já no tortuoso e conflagrado caminho percorrido pelo heroico espermatozoide até fertilizar o óvulo que vai gerar a vida. 

Vida milagrosamente concebida para ser única e original. Exceto na vocação predadora e maligna que nos impele a maltratar e atazanar não só ao próximo, como a nós mesmos. Daí as regras e convenções impostas a ferro e fogo se necessário, para que condições mínimas de convívio prevalecem. Freios ainda assim precários e incapazes de impedir que a maldade, a violência gratuita e a barbárie venham à tona, sob os mais variados pretextos. 
Desde as simples relações ditas sociais ao antagonismos visceral entre os povos - todos teórica e cinicamente imbuídos dos melhores propósitos, inclusive sob o escudo religioso -, a natureza perversa da humanidade sempre dá um jeito de prevalecer.

E quanto mais pecamos, deturpamos, prevaricamos, sacaneamos, mais livres e estimulados nos sentimos para continuar nesse caminho. Afinal, Deus a tudo perdoa, basta que nos arrependamos, que oremos, e sejamos generosos, principalmente no dízimo, asseguram igrejas de todos os credos.

Talvez seja injusto generalizar, com alguma boa vontade muitos desses desatinos podem ser atribuídos a ignorância, a miséria, a influência do meio ambiente, mas o fato é que o bem parece estar sempre em desvantagem, em minoria. E mesmo quando procuramos nos manter longe dos maus pensamentos, das tentações e inclinações negativas, ninguém está livre de sucumbir ante os meandros escamoteados nos subterrâneos da mente. 

Freud explica. Ou não.



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