terça-feira, 30 de janeiro de 2018



                          morto-vivo

            

Quem me salvará de mim mesmo ?
Quem me estenderá a mão quando eu estiver 
no chão ?
Quem me acudirá quando a hora morta chegar,
no interstício da jornada.
Em que só reste o bagaço,
a sombra melancólica do que fui dia ?

Quem olhará por mim quando já ninguém 
me enxergar ?
Invisível no mundo dos vivos.
Sem nada para dar, sem nada para compartilhar.
A não ser o fardo inútil de lembranças,
que já nada representam, nada acrescentam.
  
Não havendo recompensa para a virtude,
nem castigo injusto para o pecado,
só o que almejo é não ser um morto-vivo 
em meio a fatuidade trágica da vida. 






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