PRISIONEIROS
Somos prisioneiros de nós mesmos.
Confinados no calabouço da mente.
Condenados a pagar o preço de nossos
pecados e limitações.
Somos passageiros do trem desgovernado da vida.
Na bagagem, nossas culpas, nosso desamor,
e um bilhete para o inferno.
Somos o que somos.
O bem e o mal nos espreitam a cada esquina,
mudam de lado conforme as circunstâncias.
Ninguém é melhor do que ninguém.
Basta nascer ou estar no lugar errado.
O padre pedófilo, o governante corrupto,
o juiz venal, o marido infiel.
Tudo barro do mesmo pó.
Farinha do mesmo saco.
Somos podres por dentro.
Apodrecemos a medida que envelhecemos,
que nos sujeitamos às condições reinantes.
Só as crianças são inocentes.
Mas por pouco tempo.
Enquanto não crescem
e aprendem o que não deveriam aprender.
A discriminar, odiar,
que o mundo é injusto e mau.
Que viver na virtude é uma batalha perdida.
Que se manter íntegro e digno
bem poucos conseguem.
E bem poucos merecem
ser chamados de filhos de Deus.
Se é que Deus se importe.
Se é que há um Deus...
Nenhum comentário:
Postar um comentário