segunda-feira, 12 de novembro de 2018



                              
                             

                   A CURA

o óbvio. 
porque é tão difícil enxergar o óbvio ?
mesmo o óbvio ululante.
aquilo que salta aos olhos de qualquer imbecil ?
aquilo que está debaixo do seu, do meu nariz
e não enxergamos.
o ridículo a que nos expomos.
as mancadas que cometemos,
quando se é carta fora do baralho.
quando fazemos papel de idiota,
infantil, ingênuo.
tão óbvio, e não vemos.

porque é tão difícil cair na real ?
ver que seu grande amor já era.
que nem tão grande era,
como o tempo revela.
ver que tudo é circunstancial,
que a paixão acaba.
quando não há mais interesse,
alguém sempre sobra.
porque reluta em aceitar 
que ela não te quer mais ?
que pisou na bola,
e não adianta negar.
a quem quer enganar ?

por que é tão difícil admitir 
que tudo é condicional ?
que o que se tem e se recebe,
depende do que oferecer em troca.
que o seu velho amor era uma farsa 
e o novo amor no fundo não é diferente.
um dissimulado, o outro esculachado,
posto que ninguém ao outro conhece.
   
arre ! basta de humilhação e sofrência. 
há que se dar o devido valor.
esquecer quem não fez jus, 
não soube valorizar 
o que com tanto sacrifício se construiu
o seu querer, sem razão de ser.

e em sendo certo outros enganos,
bem-vindo seja o novo querer,
o coração que se vire.
que a dor do amor que se foi,
com um novo amor se cura.
















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