sexta-feira, 7 de dezembro de 2018




                                         a espera




Viver a espera do que nunca virá.
Daquilo que se tinha e se perdeu.
Do que era para ter sido e não foi.
E que nunca será.
Posto que abortado antes de acontecer.

Viver a espera do que nunca virá.
O amor que se tinha.
O amor que se foi estupidamente,
Cuja lembrança a espera adorna
Do passado que não conhece o seu lugar.

Viver a espera do que nunca virá.
Compreensão, consolo, perdão...
O ressentimento alimentado pela impiedosa memória.
A redenção condicionada ao que está fora de nosso alcance, 
Como a esperar que Lázaro saia da cova...



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

                                       não acredite                         quando digo                        que te amo Não acredite quand...