a espera
Viver a espera do que nunca virá.
Daquilo que se tinha e se perdeu.
Do que era para ter sido e não foi.
E que nunca será.
Posto que abortado antes de acontecer.
Viver a espera do que nunca virá.
O amor que se tinha.
O amor estupidamente perdido.
De lembranças inflamadas pela espera.
Do passado que não conhece o seu lugar,
Do passado que não conhece o seu lugar,
como em Quintana.
Viver a espera do que nunca virá.
De compreensão, consolo, perdão.
O ressentimento alimenta a impiedosa memória.
A redenção condicionada ao que está fora de nosso alcance.
Como a esperar que Lázaro saia da cova.
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