sexta-feira, 25 de janeiro de 2019


                        

                     prazer e calvário


Ah, essas moças,
que tudo querem da vida,
sem medir consequências,
e quebram a cara.
Se entregam à fruição,
arrumam filho cedo, desarrumam a vida.
Ah, essas moças lindas e precocemente envelhecidas,
que querem tudo da vida e nada conseguem,
que investem no corpo ao invés da mente.
Bonitas por fora, corroídas, ocas por dentro.

Não, não é fácil ser mulher. 
Flutuando entre o ser e o não ser,
no breve trânsito em que a vida se consome,
tendo como única certeza a eterna aflição materna.
Vivendo por viver numa esfera de tempo que excede 
a própria privação dos sonhos.
Na evasão de tudo que faz sentido
- Lar, família, amor. -, 
o jugo da renúncia, do sexo sem desejo.

Sim, o jugo do sexo sem desejo, 
como só a mulher é capaz. 
Por obrigação, no matrimônio desgastado; 
por necessidade, para obter o que deseja. 
Sim, o jugo do sexo sem amor, moeda de troca,
que toda mulher não tarda a aprender,
ante o sexo com amor e sua plenitude que pouco dura.
Poder e submissão, prazer e calvário, eis o recorrente dilema.

Ah, essas moças que tudo querem e se perdem
entre o querer e o poder.
Quando a beleza acaba.
Quando o mundo desaba.
E tudo murcha.
"Flores que florescem, florescem
E desfolham..."














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