quinta-feira, 14 de março de 2019
decifra-me, eu te imploro
O nexo inútil das coisas roreja,
metodicamente.
Fragmenta a alma vilipendiada,
esculpe a vida à revelia de tudo.
No desalinho geral das razões e motivos,
a fé nos liames do desespero.
Fé que nem sempre salva. Quando muito mitiga.
Dor, perdas, sofrimento, morte,
únicas certezas na vida sem nexo.
Indiferentemente aos por quês.
Razões e justificativas não contam.
Alheios ao que acontece ou deixa de acontecer.
Desatinos, loucuras, surtos,
merdas que a gente faz, sem medir consequências.
O castigo vem à galope.
Na incerteza de tudo,
caindo e levantando,
pisando e pisados,
A vida laça e desenlaça.
Dá e tira.
O diabo sempre à espreita.
O amor passa ao largo, como que a dizer :
decifra-me, eu te imploro.
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