segunda-feira, 11 de março de 2019


                          louco, quase vilão





Já não tenho, 
em meu permanente desassossego,
a ilusão de poder mudar.
Encontrar alguém que me faça ser diferente.
Uma pessoa melhor, digamos assim.

Não por falta de boa vontade, 
muito menos de auto-crítica. 
Sei bem como sou, até onde posso ir.
Já fiz de tudo para mudar, 
domar o temperamento, controlar os impulsos, 
mas sempre dou com os burros n'água.
Estou sempre a quebrar a cara, deixando a desejar.
A dar razão àquela que um dia, disse-me ser esta 
a minha essência.
Um caso perdido, portanto.

Talvez sim, talvez não.
Nem eu sei direito o que sou.
Desaprendido de mim, o coração é só o que me resta.
Louco, quase sempre vilão,
esquece da razão,
explode em emoção.

Amar, me doar, eis, pois, minha repartida essência. 
Uma parte sadia, que me salva e redime.
Outra parte doente, que me condena à solidão.
A amargar a agonia de uma vida vazia,
sem direito à perdão. 



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