quinta-feira, 18 de abril de 2019
amor e perdão
Enferma e dilacerada,
em meio a paixões, vícios e atrocidades
a humanidade rasteja.
Num mundo no qual o mal impera,
em que a ignorância e a mentira tudo conspurcam,
paradoxalmente,
manter a fé
e a crença de que o Bem triunfa,
e a Justiça no fim prevalece,
é o que nos impele
e impede de capitular frente às inúmeras adversidades
que à vida se interpõe.
Entre angústias, dores, revolta, lágrimas,
ainda assim
somos gratos ao Deus onipotente e onisciente,
que dizem misericordioso e justo.
Misericordioso e justo.
Misericordioso e justo.
Misericordioso e justo ?
"Pai, onde estás que não respondes ?", teria o próprio
Filho de Deus exclamado, pregado à cruz,
em seu martírio derradeiro.
Um DEUS surdo, cruel,
ou infinitamente misericordioso,
a ponto de sacrificar o próprio filho para
salvar a humanidade ?
Que AMOR é esse, afinal ?
De bom grado sacrificamos a vida pelos filhos,
mas Deus sacrificou
a vida do filho para a nossa salvação.
Algo de difícil aceitação, que foge à compreensão,
a não ser como um simulacro da vida em si,
feita de dor, sacrifício, renúncia.
Ou talvez para enfatizar
que o verdadeiro AMOR vai além disso.
Que só o PERDÃO redime e o eterniza.
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