nem forma, nem fôrma
O poeta rala
Se consome
À imaginar
Sonhar
Dar vazão
Ao que lhe vai
No coração.
Obstinado, o poeta
Perscruta a alma
Esculpe o Verbo
Devassa os sentimentos
Com seus experimentos
No fim das contas
Meras palavras ao vento
Mesmo quando outros corações
Alcança e encanta
O seu nunca se contenta
Na angústia que o retro-alimenta.
Triste sina a do poeta
Sempre a remar
Sem sair do lugar
Tecelões do absurdo (como diria Pessoa)
Artesões da incognoscível saga humana
Sempre à perseverar
Burilando as formas
Do que não tem forma
Nem fôrma.
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