quarta-feira, 19 de junho de 2019
cadáveres insepultos
Estou cansado de desenterrar cadáveres.
Exumar sentimentos que se foram.
Pessoas que deixaram de existir.
Que talvez nunca existiram.
Não do jeito que eu pensava.
Fantasmas rondam minha vida.
Atiçam a imaginação.
Exorcizá-los eu preciso
Para voltar à realidade.
Por mais triste e solitária que seja.
Antes assim do que viver no passado.
Tentando consertar o que não tem conserto.
Posto que o amor quando acaba,
Quando em indiferença ódio se transforma,
Nada nos redime, nada nos reabilita.
Nem os cadáveres que teimamos em desenterrar.
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