sábado, 8 de junho de 2019


                        INOCENTES, QUASE VÍTIMAS






Somos todos inocentes.
De qualquer crime. De qualquer maldade.
Inocentes, quase vítimas
no grande tribunal do juízo final.
Hitler, Stalin, Jack, o estripador, Genghis Kahn, 
meros instrumentos, anjos exterminadores,
quando não, apóstolos diletos do Criador.
Heresia ? Certamente.
Monstros aos olhos humanos, sob as dúbias leis
e critérios que norteiam humanidade.

Quem os criou, como se criaram, em que circunstâncias,
sob quais motivações, pouco importa.
Monstros indefensáveis, sem dúvida, 
num mundo feito e regido pela barbárie, 
desde os primórdios.
Maldade, ódio, destruição, são parte da criação,
peças-chave no processo evolutivo.
Não é possível ignorar que as grandes transformações
se deram muito mais à ferro e fogo
do que por meios pacíficos. 
A força sempre foi mais persuasiva do que a conversa.
Tudo gira em torno do livre arbítrio.
O senso das coisas. 
A noção que podemos fazer, até onde podemos ir.
Que por sua vez é regido pelas leis.
Que por sua vez, estão sujeitas a interpretação dos homens.
De seres falíveis, que embora em tese, doutos, sábios, 
ponderados, como se supõe de magistrados,
estão longe de garantir que a Justiça seja feita.
Basta ver os disparates que emanam da Suprema Corte
tupiniquim.

Longe de mim bancar o advogado do diabo.
Sugerir que tudo possa ser perdoado. 
Que haja atenuantes para crimes e delitos deliberados e
premeditados, de toda natureza.
Digo apenas que é preciso cuidado ao se emitir juízos, 
julgamentos sumários, promover linchamentos públicos.
Há mil fatores a considerar. 
Ninguém sabe o que acontece entre quatro paredes.
Ninguém está livre de um dia ser réu.
De se ver na condição de acusado.
De cometer delitos.

Imagine-se alvo de um hipotética aposta entre Deus
e o Demo.
Você, uma pessoa do bem, honesta, íntegra, 
submetida a toda espécie de tentações. 
Como Jesus nos 40 dias que teria ficado isolado no deserto.
Até onde resistiria a promessas de poder, luxo, luxúria ?
Ora, tudo na vida é circunstancial. 
Tudo pode acontecer. Ou nada.
Rezamos para que coisas boas aconteçam, mas só rezar
não adianta. 
Só boas intenções não adiantam.
Ser bom não adianta.
Ser feliz é uma quimera.
Viver cada momento é só o que conta.
É só o que temos.
De preferência, nos abstendo
o quanto possível de julgamentos.

O próprio Deus não existe. 
Não da forma como nos ensinaram.
Deus está dentro de nós. Em cada um de nós.
Projetado em nossos valores, 
naquilo que somos e fazemos.
É a nós mesmos que devemos prestar contas.
Se eu estiver errado, 
já vou de antemão me arrependendo,
para que Deus tenha piedade de mim.
E me perdoe, me faça justiça.
Algo que aqui, 
seres que se julgam superiores se negam a fazer.





  




































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