domingo, 11 de agosto de 2019





                              FERREIRO




O amanhecer é sempre mais penoso.
Acordar no quarto vazio,
no gélido langor da chama extinta.
Lidar com o avassalador vazio existencial.
Onde o botão para desligar os pensamentos ?

Já não tenho palavras para expressar o que sinto.
A angústia por algo que continua vivo.
Adrede, me quedo resignado.
Nada mudou enquanto eu dormia.
Morro um pouco a cada dia.

Às vezes penso que consigo
Esquecer de antiga vida.
Em consolos vãos, prazeres fugazes.
Mas as lembranças logo retornam.
Temo que sem elas, seja ainda pior.

E assim vou levando.
Na faina rude, 
na lassidão da nova vida, 
subjugar a mente.
Como um ferreiro a malhar o ferro frio. 











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